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Presidente da Ucrânia diz que Ocidente abandonou país na invasão russa

'Quem está disposto a dar à Ucrânia uma garantia de adesão à Otan? Todos estão com medo!', lamentou Zelenski

Folhapress

Publicado em 25/02/2022 às 00:30

Atualizado em 25/02/2022 às 00:32

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Presidente ucraniano Volodimir Zelenski em pronunciamento em Kiev em que condena invasão russa / DIVULGAÇÃO/PRESIDÊNCIA DA UCRÂNIA

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Em discurso televisionado na noite desta quinta-feira, o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, lamentou o que chamou de 'abandono' por parte de líderes ocidentais frente à invasão da Rússia, que já deixou 137 mortos nas primeiras 24 horas, segundo a contagem do governo em Kiev.

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"Nos deixaram sozinhos para defender nosso Estado", afirmou. "Quem está disposto a lutar conosco? Não vejo ninguém. Quem está disposto a dar à Ucrânia uma garantia de adesão à Otan? Todos estão com medo!", lamentou.

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Além das 137 vítimas ucranianas, definidas pelo presidente como heróis, a ofensiva russa ainda deixou 316 feridos no primeiro dia de confrontos, diz o governo.

Kiev decretou um estado de "mobilização geral", que coloca recrutas militares e reservistas a postos para defender o país. O mandatário ucraniano pediu que os cidadão se unam às unidades de defesa territorial. "Aqueles que têm experiência em combates e são aptos para se unir à defesa da Ucrânia devem se apresentar nos centros de recrutamento do ministério do Interior", afirmou.

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O país já estava em estado de emergência desde terça (23), que abre a possibilidade de o governo impor restrições de deslocamento, na distribuição de informações e no que é divulgado na mídia, além de introduzir conferência de documentos de cidadãos.

PRONUNCIAMENTO
Zelenski afirmou que ele e sua família não vão deixar a Ucrânia, ainda que, segundo ele, Moscou os tenha identificado como "alvo número um". Estima-se que 100.000 pessoas tenham deixado o país quando explosões e tiros atingiram as principais cidades. "O inimigo me marcou como o alvo número um", afirmou o presidente. "Minha família é o alvo número dois. Eles querem destruir a Ucrânia politicamente destruindo o chefe de Estado."

O presidente ainda pediu que os cidadãos ucranianos permaneçam vigilantes e respeitem o toque de recolher imposto. "Recebemos informações de que grupos de sabotagem inimigos entraram em Kiev", disse.

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Pela manhã, Zelenski havia reagido às acusações de que seu governo seria conivente com grupos neonazistas e devolveu a comparação à Rússia, acusando Moscou de agir como a Alemanha na Segunda Guerra. "A Rússia atacou a Ucrânia de uma forma covarde e suicida, como Alemanha nazista fez durante a Segunda Guerra Mundial", declarou o presidente ucraniano durante discurso transmitido no Facebook.

No discurso de Putin que foi tido como a declaração de guerra, em que anunciou uma ação militar nas províncias ucranianas pró-Rússia, o presidente russo afirmou que iria "desmilitarizar e desnazificar" a Ucrânia. A Rússia tem acusado Kiev de ligações com grupos neonazistas –há elementos das Forças Armadas, como o batalhão Batalhão de Azov, acusados de usar símbolos como a suástica e saudações nazistas. Os alemães lutaram contra os soviéticos pelo controle da Ucrânia na Segunda Guerra Mundial.

Zelenski, contudo, é judeu e costuma se lembrar disso ao comentar as acusações russas. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou que sugeriu a derrubada do governo para cumprir o objetivo de "desnazificar" o país. "Idealmente, você liberta a Ucrânia e se livra dos nazistas. O futuro pertence ao povo ucraniano", disse.

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Nesta quinta, o presidente ucraniano também pediu aos cidadãos russos que saíssem às ruas para "protestar contra a guerra" –protestos em cidades russas foram reprimidos e centenas de pessoas foram presas.

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