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Na ONU, entidades indígenas denunciam violência e acusam governo de descaso

As denúncias ocorrem em meio à repercussão internacional do desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips

Folhapress

Publicado em 15/06/2022 às 18:58

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Queimadas na Amazônia / Edmar Barros/Futura Press/Folhapress

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Durante a 50ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas), lideranças e entidades indígenas denunciam nesta quarta-feira (15) a escalada de violência contra os povos e acusam o governo brasileiro de negligência com a fiscalização das áreas.

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As denúncias ocorrem em meio à repercussão internacional do desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, vistos pela última vez em 5 de junho no Vale do Javari (AM). À Polícia Federal, um dos suspeitos de envolvimento com o sumiço confessou ter esquartejado e enterrado os corpos da dupla.

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Bruno e Dom desapareceram enquanto percorriam o trajeto entre a comunidade ribeirinha São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte. A área, que possui a maior concentração de povos indígenas isolados, sofre com aumento de violência, garimpo e pesca ilegais e tráfico de drogas.

Na abertura da 50ª sessão, realizada em Genebra, na Suíça, a alta comissária de Direitos Humanos, Michelle Bachelet, incluiu o Brasil em um informe sobre situações que preocupam o órgão.

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"No Brasil, estou alarmada com as ameaças contra os defensores dos direitos humanos ambientais e os povos indígenas, incluindo a exposição à contaminação por mineração ilegal de ouro", disse Bachelet.

A CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos) emitiu na sexta (11) um parecer no qual acusa a demora do governo federal em iniciar as buscas por Bruno e Dom.

"A solicitação afirma que os esforços estatais não teriam sido imediatos e somente teriam se iniciado a partir da intensa mobilização da sociedade civil, da imprensa nacional e internacional e das redes sociais.

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Alega-se que as medidas adotadas até o momento seriam insuficientes considerando a extensão do território e outros desafios técnicos", diz o texto.
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A programação envolve a participação de líderes e entidades de defesa dos povos indígenas nos seguintes dias:

17/6 (sexta), a partir de 7h (de Brasília): Lunice Barbosa, do povo Kaiowá, no Mato Grosso do Sul, participa da mesa "Direitos à liberdade de reunião pacífica e de associação";

21/6 (terça), a partir de 7h30 (de Brasília): Liderança do povo Guarani, da Terra Indígena Tarumã, em Santa Catarina, participa do painel "Negócios e direitos humanos";

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22/6 (quarta), a partir de 8h (de Brasília): Luis Ventura, secretário adjunto do Cimi (Conselho Indigenista Missionário), participa do diálogo "Execuções sumárias";

28/6 (terça), a partir de 6h (de Brasília): Painel de discussões "Efeitos adversos das mudanças climáticas sobre os direitos humanos das pessoas em situação de vulnerabilidade" contará com convidados brasileiros.

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