Mauricio Macri, presidente da Argentina / Associated Press
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Como parte de sua campanha para recuperar popularidade -caiu de 58% a 35% em seis meses, por conta da crise econômica e da política de ajustes-, o presidente argentino, Mauricio Macri, concedeu nesta quinta-feira (19) uma entrevista por Instagram, editada e publicada nas redes sociais nesta sexta-feira (20).
Nela, Macri acabou agindo de forma mais descontraída e sem tantas respostas prontas que pareciam decoradas, como o fez na entrevista coletiva a jornalistas, na última quarta-feira (18).
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O presidente não usou meias palavras para dizer que a Argentina vive uma crise e "que temos que nos acostumar com as subidas do dólar, porque agora temos um tipo de câmbio flutuante". E recomendou a seus seguidores que "parem de pensar em dólares e passem a pensar mais em pesos".
Logo, porém, veio outra cobrança. "Por que tudo está tão caro?", perguntou um seguidor. Macri respondeu que "houve erros de projeção do governo e não foi possível frear o aumento de muitos itens".
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Além disso, disse que a inflação é uma prioridade que "tem de ser resolvida, mas que eu pensei que ia ser mais simples, admito que a subestimei." Seguiu comentando seu próprio erro, dizendo que tinha consciência de que "a inflação tem um impacto negativo nas empresas que avaliam se devem ou não investir na Argentina."
Em outros momentos, mostrou-se mais descontraído e otimista, afirmando que sua equipe tem um plano para reativar "fortemente a economia" e afirmou que "muitos setores não pararam", como ocorreu com o mercado imobiliário e as exportações de soja por conta da seca. Também apontou como indicadores favoráveis o aumento da produção de gás, petróleo e turismo.
O presidente também foi indagado sobre seus planos para a reeleição, e sua resposta apontou mais para o lado positivo. "Não gosto de falar de 2019, porque cada dia há um problema para se resolver, mas já disse que estou aqui para acompanhar a mudança que queremos fazer durante todo o tempo que vocês decidam."
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Por fim, lhe perguntaram se ele se incomoda de ser chamado de gato –trata-se de uma gíria que na Argentina tem mais de um significado, de forma mais comum, refere-se a uma prostituta, mas no lunfardo (dialeto do tango), trata-se do sujeito muito rico que tem como pagar prostitutas caras. Macri apenas sorriu e disse que a expressão era criativa e engraçada, mas que ele não sabia porque era usada para referir-se a ele.