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Julgamento de Daniel Alves recomeça na expectativa de depoimento de sua esposa

Alves está preso na capital da Catalunha, na Espanha, desde 20 de janeiro do ano passado e encara agora três dias de julgamento na Audiência de Barcelona

Ivan Finotti/Folhapress

Publicado em 06/02/2024 às 13:47

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Outros 20 testemunhos são aguardados nesta terça. / Reprodução/Instagram

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 Após um primeiro dia no qual os depoimentos de três jovens, umas delas a que acusa Daniel Alves de estupro no banheiro de uma boate em Barcelona no dia 30 de dezembro de 2022, foram essencialmente negativos ao brasileiro, nesta terça (6) espera-se alguns testemunhos a seu favor.

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Entre eles, estarão os depoimentos da mulher de Alves, a modelo espanhola Joana Sanz, e de seu amigo Bruno Brasil, que estava com o jogador na boate Sutton, quando o caso aconteceu. Outros 20 testemunhos são aguardados nesta terça.

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Alves está preso na capital da Catalunha, na Espanha, desde 20 de janeiro do ano passado e encara agora três dias de julgamento na Audiência de Barcelona, palácio de Justiça no centro da cidade. O tribunal segue até a quarta. A sentença será dada alguns dias depois.

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Os primeiros a falar, no entanto, foram funcionários da Sutton, seguindo uma linha de testemunhas iniciada na segunda, quando três deles depuseram. O primeiro desta terça foi o diretor da boate. "Alves era um cliente habitual, estou ali há oito anos e ele vinha há muito mais tempo do que eu", disse.

Quanto à denunciante, disse que "ela estava bastante chateada e queria ir para casa. Tentamos convencê-la a ir para a sala ao lado e ela nos contou que havia sido vítima de agressão sexual. Quando Alves passou, ela disse que tinha sido ele. Explicou que entrou voluntariamente, mas depois quis sair", contou o diretor.

Outro funcionário da discoteca, responsável pela sala de apoio a vítima de agressão sexual, disse que "a garota estava muito mal, ela chorava muito. Perguntei se ela ia denunciar e ela me disse que ninguém ia acreditar nela." Já Alves "não estava como sempre". "Achei que ele havia bebido ou tomado alguma outra coisa, pois não estava agindo como sempre."

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Um terceiro funcionário disse que havia tratado da "ferida no joelho dela". "Parecia uma queimadura, não era profundo."
 

PRIMEIRO DIA DE JULGAMENTO
Nesta segunda, a imprensa acompanhou as sessões em três salas no local, nas quais se podia assistir ao julgamento por meio de um circuito fechado de televisão. Credenciaram-se 270 jornalistas. Na saída, a advogada de defesa, Inés Guardiola, disse estar "bastante satisfeita" e que seu cliente havia sido muito corajoso ao enfrentar o tribunal.

Apesar de não falar, Alves ouviu todos os depoimentos na sala de julgamento, movimentando-se muito pouco e não reagindo aos testemunhos. Inicialmente de camisa branca, jeans e tênis branco ele colocou pouco depois uma jaqueta escura.

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A primeira pessoa a ser ouvida foi a suposta vítima, mas não foi possível conhecer o teor de seu depoimento, já que o sinal interno foi cortado. Essa medida foi tomada para garantir a sua privacidade. Além disso, ela se sentou atrás de um biombo para evitar contato visual com Daniel Alves. Sua voz foi distorcida para que, mesmo no futuro, a filmagem não a possa identificar.

Sua fala, de cerca de uma hora e 15 minutos, foi seguida pelo testemunho de sua amiga e de sua prima, que a acompanhavam na boate quando o caso aconteceu. A amiga, que chorou algumas vezes durante o depoimento, iniciou detalhando o que fizeram naquela noite.

Na área VIP, "estava esse homem [Daniel Alves] de pé. Ele teve uma atitude nojenta, colocou a mão nas minhas costas e quase tocou na minha bunda. Minha amiga disse 'ele tocou minha vagina'."

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Mais tarde, a prima da jovem lhe avisou "que precisavam ir embora". "Ela me disse: 'Ele ejaculou dentro, me machucou muito'. Eu a conheço desde os três anos e nunca a vi chorar daquele jeito. Nós três choramos, eu não sabia como reagir naquele momento", explicou ela.
 

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