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O plano era transformar o ex-transantlântico, de 220 metros de comprimento, 790 cabines, quatro restaurantes, duas piscinas, cassino e um spa de 4 mil m2, em um hotel flutuante
Antares Experience, navio transatlântico. / Reprodução/Internet
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Na semana passada, um grande e bonito navio transatlântico chegou, apitando longamente, a uma praia do Paquistão.
Os apitos, porém, não anunciavam a chegada de um alegre grupo de turistas à praia, como seria de se esperar de um navio de cruzeiros.
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Eram apitos melancólicos, longos e repetidos que só cessaram quando o enorme navio estacou, propositalmente encalhado, na água rasa da beira da praia.
Foram os últimos suspiros do Antares Experience, navio transatlântico que terminava ali, precocemente, sua vida útil, depois de quase ter escapado do desmanche — uma espécie de canto do cisne de um navio bastante conhecido no passado, só que com outro nome: Costa Romântica.
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Foi um triste desfecho — como costumam ser todas as derradeiras viagens dos navios de cruzeiro rumo ao estaleiro onde serão desmantelados. Mas, no caso do ex-Costa Romântica, foi ainda mais dramático, porque faltou apenas um mísero detalhe para ele escapar de virar uma pilha de placas de aço, como agora já está sendo transformado.
O plano era transformar o ex-transantlântico, de 220 metros de comprimento, 790 cabines, quatro restaurantes, duas piscinas, cassino e um spa de 4 mil m2, em um hotel flutuante, permanentemente atracado no principal porto do Paquistão, em Karachi, maior cidade do país.
Visaria hospedar turistas, além de viajantes a negócios pela região.
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Mas o projeto começou a fazer água quando a administração do porto de Karachi negou o pedido de "hospedagem" do navio feito pelo seu então dono, o empresário Ahmadullah Khan, que, no entanto, havia comprado o navio com outros planos: desmanchar de fato o navio e vender o aço do seu casco como sucata.
Mas a elegância do navio, os seus imponentes 14 andares de altura e o bom estado geral do transatlântico sensibilizaram o empresário, que logo mudou de ideia e decidiu transformá-lo em um hotel flutuante.
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No entanto, a negativa da administração do porto, o único do Paquistão com condições de abrigar um navio daquele porte, inviabilizou a ideia e forçou Ahmadullah Khan a voltar ao plano original de transformar o bonito transatlântico em mera sucata - apenas porque não havia onde atracá-lo.
*Do UOL, da coluna de Jorge de Souza, para o 'Nossa'
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