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Especialista expõe repercussões da guerra entre Rússia e a Ucrânia

Rodrigo D'Avila, bacharel em Relações Internacionais, explicou ao Diário do Litoral sobre os impactos da guerra entre Rússia e Ucrânia

Caio Fernandes

Publicado em 28/02/2022 às 08:03

Atualizado em 28/02/2022 às 15:33

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Os bombardeios começaram nesta quarta-feira (23) / Divulgação/ Presidência da Ucrânia

Rodrigo D'Avila Tonin Gouvêa bacharel em Relações Internacionais, explicou ao Diário do Litoral sobre os impactos da guerra entre Rússia e Ucrânia, o começo dessa tensão, se de fato possa ocasionar em um conflito envolvendo outras nações e a repercussão no Brasil e no Mundo.

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Caio Fernandes – Porquê a Rússia decidiu invadir a Ucrânia, sendo que a maioria da Comunidade Internacional é contra essa decisão?

Rodrigo D'Avila – Existe o aspecto cultural de que a Rússia considera a Crimeia (Território ucraniano ocupado em 2014 pela Rússia) como território deles e não da Ucrânia. Isso é indicado por uma presença significante de cidadãos russos, além de recursos naturais, sendo o gás natural o mais notável na região que vai para toda a Europa.  É um ponto estratégico e econômico para a Rússia.

A possível indicação da Ucrânia para a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) preocupa o lado russo, pois o governo acredita que esse recurso possa cair nas mãos da mesma.
 
No direito internacional público existem alguns princípios, a Rússia violou invadindo a Ucrânia e indo contra a relação de boa vizinhança. Mas Putin sabe que a Rússia tem poder de barganha para ser temida por outros países.

Caio Fernandes – As sanções aplicadas por países da OTAN foi a melhor opção para este conflito?

Rodrigo D'Avila – É discutível para quem é melhor, já foram feitas sanções mais severas em outras situações. A Rússia é um país importante economicamente, acredito que vai acontecer um efeito dominó que pode afetar a economia global de maneira significativa. A OTAN tinha que agir para que não abrisse precedentes para futuros conflitos.

Caio Fernandes – A visita do presidente Jair Bolsonaro na semana passada para a Rússia, pode afetar ainda mais nossa imagem internacional?

Rodrigo D'Avila – A imagem do Brasil é o que o nosso presidente passa, para os Estados Unidos atualmente o nosso país tem uma significância pouco expressiva. Diria que nós somos vistos como um primo excluído, você vê em jornais internacionais que o Brasil é pouco citado. Não acredito que afete ainda mais a imagem política do Brasil, mas internamente gera entre alguns brasileiros uma certa confusão, pois Bolsonaro tem um discurso empreguista para um lado (EUA) e foi visitar a Rússia para um enterro dos soldados soviéticos mortos na Segunda Guerra Mundial.

Caio Fernandes – A OTAN destacou que esse é o maior conflito do século XXI. Na sua opinião, esse conflito pode ocasionalmente acarretar em uma 3ª Guerra Mundial?

Rodrigo D'Avila – A Guerra Fria teve conflitos mais impactantes do que esse atualmente. A bipolaridade do mundo era bem mais intensa, e a tensão entre União Soviética e Estados Unidos causava um temor de uma guerra nuclear a qualquer momento. Hoje ambos possuem diversas armas nucleares, mas têm a consciência de que uma guerra possa ter fins catastróficos, além de ter um aumento de países com esse tipo de armamento. A ideia de ter uma bomba nuclear para esses países é basicamente para usar de barganha contra outras nações.

O interesse do Estado atualmente é garantir o lucro para o mesmo, então nenhum lado vai tomar uma atitude em que possa prejudicar a sua economia. Isso que move o Estado Nação desde a Revolução Francesa com o fim da Monarquia e a ascensão da Burguesia.

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