ITANHAÉM

Tradicional Reisado de Itanhaém leva alegria aos moradores

Grupo revive a visita dos três Reis Magos ao Menino Jesus e emociona os moradores.

Nayara Martins

Publicado em 31/12/2022 às 10:02

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Uma das mais tradicionais celebrações na Cidade, o Reisado de Itanhaém sempre desperta emoção aos moradores / Nayara Martins/ DL

Reviver a visita dos três Reis Magos – Gaspar, Baltazar e Melchior ao Menino Jesus. Essa é a mensagem que o grupo “Reisado de Itanhaém” traz aos moradores, há mais de três séculos, na Cidade, com a tradicional Folia de Reis. É uma das mais antigas na região, já que a celebração religiosa acontece desde a época do início da Vila Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém.

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O grupo, que começou as visitas às casas dos moradores no dia 26, prossegue até 6 de janeiro, quando é celebrado o Dia de Reis, sempre a partir das 23 horas até por volta das 4 horas da manhã. Este ano, o “Reisado de Itanhaém” vai percorrer 130 casas em nove dias.      

Os moradores mais antigos já ficam à espera da visita do Reisado todos os anos, a partir do dia 26 de dezembro.

Um exemplo é a moradora Maria Inês da Costa Andrade, de 69 anos, e que mora em Itanhaém há 40 anos. Ela ficou bastante emocionada ao receber o grupo, na noite de terça-feira (27).

“Foi um sonho realizado a visita do Reisado em minha casa, pois apesar de fazer parte do grupo, a visita na minha casa aconteceu pela primeira vez este ano”, conta. Como a sua mãe já era bastante idosa, o grupo não passava em sua casa devido ao horário tardio.

“É uma tradição que deve ser mantida e incentivada e, em especial, passar aos mais novos para que continuem com o Reisado”, destaca.

Diz ainda ser importante a preservação da cultura caiçara. “Lembro da época em que o Reisado, a partir da década de 1970, começou a se reunir e a sair da casa do antigo morador José Rosendo e sua esposa, ambos falecidos”.          

Outra moradora é Judith Maria Vitoriano Ray (66), que acompanha o Reisado há cerca de 20 anos. “Antigamente, somente os homens podiam participar do Reisado, como também acontecia na casa de meus pais”.

Judith já fez parte do grupo representando o rei Baltazar, até o ano passado. Este ano, ela está acompanhando as visitas às residências.

“Há sempre muita emoção por parte dos que nos recebem em suas casas e é uma alegria poder reviver a visita dos três Reis Magos. Na fé cristã essa é uma tradição maravilhosa”, frisa.

E completa “além da parte religiosa, o Reisado também já faz parte do folclore e da cultura de Itanhaém”.

Ritual

Por volta das 23 horas, o grupo do “Reisado de Itanhaém” se reúne e sai em caminhada para visitar as casas de moradores. Existe um roteiro que não é divulgado, pois pode sofrer alterações, além de ser uma surpresa ao morador.

Diante da casa, em silêncio, alguém anuncia a chegada do grupo, com palmas ou tocando a campainha. Em seguida, o puxador inicia o canto com versos da “entrada” e do “pedido de prendas”.

Ao terminar o canto, o morador acende a luz e abre a porta. “Os Reis” se apresentam e oferecem o “incenso”, o “ouro” e a “mirra”, representados por conchas e folhas do peguassu, e entregam a mensagem escrita.

A Bandeira, que está sempre à frente do cortejo, é passada às mãos de quem atendeu, que a beija e a leva para abençoar os cômodos da casa. A família doa uma prenda ou faz uma oferta em dinheiro. Em algumas delas acontece a “acolhida”, quando o grupo é convidado a entrar e lhe é servido um lanche. E canta as músicas tradicionais da Cidade.

Ao encerrar a visita, o grupo faz a “Oração do Reisado” e canta os versos de “agradecimento e despedida” e sai em direção a uma nova moradia.

História

De origem portuguesa, a celebração já acontece há cerca de três séculos, no início da Vila Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém.

Um dos coordenadores Ernesto Bechelli, explica como era a antiga formação do grupo do Reisado.

“Até a década de 60, o grupo era formado somente por homens e com músicos que tocavam instrumentos de sopro. A partir de 1970, jovens, crianças e mulheres começaram a participar. As músicas são acompanhadas por instrumentos de corda, percussão e de sopro, com laços do “vira lusitano”. O violão, o cavaco, a timba e o pandeiro são os instrumentos mais presentes”, conclui.

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