SUPERAÇÃO
Vanessa explica que o filho nasceu com Hemimelia Fibular, uma mal formação congênita que se caracteriza pela ausência parcial ou completa da Fíbula, osso longo inferior do corpo humano
Arthurzinho, de 5 anos, está fazendo aulas em um simulador / NAIR BUENO/DIÁRIO DO LITORAL
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Arthur Emílio Cano, mais conhecido como Arthurzinho, de 5 anos, morador em Itanhaém, é um exemplo de dedicação e força de vontade. Ele teve que amputar a perna direita e está fazendo aulas de simulador para aprender a surfar, na pista de patinação da praça Kardec Rangel Veloso, na Praia do Sonho, em Itanhaém.
A ideia surgiu, segundo a mãe Vanessa Soares da Silva, de 34 anos, quando foi levar a sua filha, de 11 anos, para fazer aulas de surfe na Praia dos Pescadores.
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"O instrutor Hiego se encantou com ele e o chamou para fazer uma aula. Ele teve a ideia de treinar Arthurzinho com um simulador, na pista de patinação, para se preparar para o surfe, há cerca de três meses", frisa a mãe.
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Vanessa explica que o filho nasceu com Hemimelia Fibular, uma mal formação congênita que se caracteriza pela ausência parcial ou completa da Fíbula, osso longo inferior do corpo humano, que junto da tíbia é responsável pela sustentação corporal. Ele precisou fazer uma amputação na perna direita com um ano e três meses.
Após 40 dias da cirurgia, a família teve que encomendar uma prótese e, após 20 dias usando a prótese, ele já largou o andador e começou a andar sozinho, com um ano e seis meses. A prótese tem que ser trocada a cada ano, dependendo do crescimento ósseo.
"O instrutor Hiego Pasquali fez um contato com a empresa Conforpés, que fabrica a prótese, e conseguiu a doação de outra prótese aquática. Assim ele vai poder ter as aulas de surfe e tomar banho sozinho", salienta a mãe. Ele já fez o molde da prótese aquática que deve ficar pronta até o final deste mês.
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Arthurzinho também faz aulas de jiu-jitsu, além de praticar outros esportes. E já ganhou uma medalha de ouro este ano na sua categoria.
Vanessa conta que ele começou a se questionar por ser diferente de outras crianças e não ter o pé. "Fui orientada pela médica a levá-lo para fazer um esporte e passar por uma psicóloga. O esporte tem ajudado bastante e, hoje, ele faz amizade com outras crianças e está mais feliz", completa. As aulas acontecem duas vezes por semana.
PROJETO.
Buscar a socialização e incentivar as crianças com deficiência a praticarem um esporte. Esse é o objetivo do projeto "Escola de Esportes Surfar", em Itanhaém, criado pelo instrutor Hiego Rodrigues Gomes Pasquali, de 39 anos, que também é instrutor na escolinha da Praia dos Pescadores.
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Ele desenvolve um projeto social na escolinha Surfar, onde treina mais quatro crianças com deficiências física e mental, na pista de patinação, além de outros alunos em aulas particulares. Segundo Pasquali, é fundamental fazer a interação das crianças por meio do esporte.
"Ao conhecer Arthurzinho, conversei com os pais para ele treinar e aprender a surfar. Porém, sem a prótese ele vai perder o equilíbrio. Por meio das redes sociais, pedi apoio a alguns patrocinadores e, inclusive, à Conforpes, que fez a doação", ressalta.
As crianças com deficiência treinam com um simulador de surfe, que é um skate adaptado.
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"Ele aprendeu muito rápido e, na segunda aula, já estava andando sozinho. É preciso treinar o equilíbrio e estar preparado com a base para ficar em pé na prancha", explica.
Um dos sonhos de Pasquali é conseguir patrocínio para ter um ponto fixo e montar um centro de treinamento coberto e fechado.
"Com um local fixo posso dar aulas às crianças com deficiência e para outros alunos, oferecendo a preparação às aulas de surfe no mar. Na cidade ainda não há um local específico para esse tipo de treinamento", conclui.
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A divulgação do trabalho é feita por meio das redes sociais, como no Instagram @hiegosurfar e no Face (hiegogomes).
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