A "fotógrafa- engenheira", como se intitula, trabalha com fotos a partir de detalhes e com um olhar sensível para registrar a imagem / NAYARA MARTINS/DIÁRIO DO LITORAL
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“Itanhaém em fragmentos de afeto”. Esse é o tema da exposição que traz uma coleção de 20 fotografias de detalhes significativos de vários pontos da Cidade. São fragmentos da memória afetiva e lembranças da fotógrafa Elisa Murgel. A exposição pode ser vista até o dia 20 de abril, na Pinacoteca Municipal “Alfredo Volpi”, no centro histórico de Itanhaém.
A mostra tem ainda fotos da exposição “Paraty Invertida”, feitas na cidade do litoral sul do Rio de Janeiro.
“A ideia de fazer a exposição foi por acaso. Ao visitar uma exposição na Pinacoteca e conversar com a coordenadora da Pinacoteca, Katia Doenz, contei que também atuava com arte, mostrei o meu trabalho e ela me convidou para expor”, explica.
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A artista tem uma ligação muita antiga e forte com Itanhaém. “Tenho uma casa na Cidade que meu avô construiu no bairro Suarão, no ano de 1922, centenária”.
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A “fotógrafa- engenheira”, como se intitula, trabalha com fotos a partir de detalhes e com um olhar sensível para registrar a imagem.
Elisa escolheu 20 fotografias que tinham um significado mais afetivo e especial com a Cidade. “Cada imagem traz um sentimento de afeto em relação a um determinado recanto da minha história com Itanhaém”, destaca.
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A intenção da artista é que o público possa se identificar e ter uma relação de afeto com as fotos.
Elisa não edita e nem produz as fotos, pois prefere registrar as imagens de forma espontânea. São fotografias feitas em preto e branco e colorida, em praias, rios, belezas naturais, entre outros pontos da Cidade.
Lembra que aprendeu a fotografar na adolescência, com o seu pai. Ele tinha uma câmera que funcionava de forma manual e com filme, sem os recursos eletrônicos.
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Há cerca de 30 anos, ela ganhou uma máquina manual e voltou a fotografar. Elisa, que é engenheira mecânica, começou a fotografar na área de forma técnica. E se aperfeiçoou por meio de livros e dicas de fotógrafos profissionais.
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MUDANÇAS.
Elisa explica como as mudanças aconteceram em sua vida pessoal e na área da fotografia.
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“Minha fotografia começou a ter uma pegada artística há cerca de 12 anos. Foi um processo que veio junto com a minha existência. Pouco a pouco fui deixando permitir que a arte tomasse espaço e a fazer fotografias mais intuitivas”, frisa.
Ao se tornar uma pessoa mais sensível, Elisa também começou a trabalhar sua identidade de gênero. “Era algo que já sentia desde a infância, mas que não dava espaço para existir. Com a arte fui me abrindo para a minha própria existência e descobri o meu caminho”.
A partir de 2014, a artista começou a expor os seus trabalhos nas galerias de arte e a ser premiada com as fotos. Já participou de várias exposições em São Paulo e em Paraty.
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No início de 2020, Elisa se assumiu como mulher transgênero. Continuou a atuar na área de engenharia e, ao mesmo tempo, se dedicou mais à arte. Hoje, Elisa atua como consultora ambiental acústica nas cidades de Itanhaém e São Paulo.
PLANOS.
Além da exposição em Itanhaém, Elisa ainda está com uma coletiva no Rio de Janeiro e no Centro Cultural Patrícia Galvão, em Santos.
A artista também foi convidada para expor seu trabalho em Turim, na Itália e em Barcelona, na Espanha, além da Finlândia.
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“Meu objetivo é produzir e, por meio das mostras, poder viver da arte com as vendas dos trabalhos”.
Umas das grandes metas da fotógrafa é buscar uma agenda cultural para Itanhaém. Afirma que a Cidade tem vários artistas, músicos e artesãos excelentes.
“O centro histórico de Itanhaém é mais antigo do que em Paraty. É uma da cidades mais antigas do Brasil. A maioria dos turistas que vai para a praia em Itanhaém nem conhece o lado histórico da cidade”, conclui.
A exposição pode ser vista até dia 20 de abril, na Pinacoteca “Alfredo Volpi”, de terça a sábado, no horário das 9 às 17 horas, no centro histórico de Itanhaém. Contatos com a artista podem ser feitos no Instagram @emurgel.
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