Teté lança o seu segundo livro com 75 crônicas, contos e 'causos' sobre a cultura caiçara de Itanhaém / Nayara Martins/DL
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Registrar a cultura e os costumes das antigas famílias caiçaras de Itanhaém, além de relatos históricos que resgatam o cotidiano da então “Villa de Conceição de Itanhaém”. Esse é o objetivo da escritora e pesquisadora Maria Tereza Leal Diz, conhecida como Teté, ao lançar o seu segundo livro “75 anos, 75 textos, todos itanhaenses”, no dia 8 deste mês.
Teté decidiu escrever os textos a partir de alguns fatos verídicos e de entrevistas feitas com antigos moradores de Itanhaém. O prefácio é do professor e historiador João Tadeu Bastos da Silva e a orelha foi escrita por Manoel Poitena, ambos caiçaras da Cidade. As ilustrações são de Ana Spett.
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Confira a entrevista a seguir:
Diário do Litoral - Como surgiu a ideia de escrever o livro?
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Teté – Tenho o privilégio de ter nascido em uma família itanhaense e que está na Cidade há mais de dois séculos. Sempre ouvia muitas histórias de Itanhaém que eram transmitidas de pai pra filho. Tive a sorte de ter um tio que nasceu no final século XIX, o tio Nestor Leal, irmão da minha mãe e que gostava muito de contar histórias, mas, na época, ele não registrava nada.
Após lançar o meu primeiro livro “Dicionário Tabacudo”, com expressões e palavras usadas por caiçaras, me inspirei para escrever sobre as histórias de Itanhaém. Às vezes, as pessoas moram na Cidade, mas não conhecem as características e nem o que já aconteceu no município.
Comecei a escrever algumas histórias ea fazer pesquisas e entrevistas com os moradores mais antigos para depois publicá-las.
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DL – O que conta o livro?
Teté – O livro conta as histórias de antigas famílias e algumas da minha própria família.Meu tio Nestor é o protagonista em várias delas. São contos e “causos” contados por moradores de Itanhaém, além de fatos históricos. Algumas crônicas que têm um lado cômico.
Você precisa conhecer o local onde vive, não basta conhecer as informações oficiais, como a data de fundação e outras. É importante conhecer outros detalhes que fazem parte da história da Cidade.
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Meu objetivo maior já foi alcançado para que essas histórias fossem gravadas e não se perdessem comigo.
DL - É um registro da cultura e dos costumes dos caiçaras de Itanhaém?
Teté – Sim, por meio dos textos e das descrições estão inseridas as características do povo caiçara.Um exemplo é o texto “Farinha Manema”.Antigamente, era um prato essencial na cozinha caiçara e muitos até comiam a manema no café da manhã.
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No último texto do livro -“Villa de Conceição de Itanhaém”, que fala sobre a fundação do Gabinete de Leitura, em julho de 1888, cito ainda sobre os quitutes feitos pelas donas de casa na época. Há outros textos sobre os costumes caiçaras dos pescadores e,focalizei, principalmente, a vida do povo caiçara. É um passado não muito distante, mas é interessante conhecer.
Alguns são baseados em fatos verídicos, mas não cito os nomes para preservar as famílias. Entre os “causos”destacam-se “O frade larápio”, “O fantasma do caminho do Guaraú”, “O tesouro escondido de Itanhaém”, contados pelo tio Nestor.
Várias pessoas já estão identificando os personagens nas crônicas.O retorno tem sido bastante positivo por parte dos leitores.
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DL - Quanto tempo levou para concluir o livro?
Teté – Foram cinco anos para reunir todo o material e concluir o livro.A ideia era lançar ao completar 70 anos, em 2019, mas não foi possível nesta data. E com a pandemia da Covid-19 atrasou a publicação. Decidi publicar, neste ano, após completar 75 anos, e escrever um texto para cada ano vivido.
DL – Como adquirir um exemplar?
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Teté – Os interessados em adquirir o livro podem procurar no restaurante Calipso, no centro da Cidade. Há ainda um exemplar na Biblioteca Municipal “Poeta Paulo Bomfim” e também na Sala de leitura “Harry Forssel”, do Centro Municipal Tecnológico da Educação, Cultura e Esporte (CMTECE).
DL - Pretende lançar um novo título? Qual será o tema?
Teté –Algumas pessoas já estão me cobrando um novo título.Tenho um vasto material, resultado de pesquisas que fiz ao longo dos últimos 40 anos,o que daria um novo livro. Se decidir publicar, o tema será novamente sobre
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