André se dedica a desenhar belos quadros realistas de rosto / Nair Bueno/DL
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Desenhista autodidata, André Luiz da Silva, de 61 anos, inova com pinturas e desenhos de rosto, em preto e branco, feitas em bico de pena, em Itanhaém. Ele decidiu vir morar na Cidade há cerca de um ano e meio, após se divorciar e se aposentar como coordenador técnico de projetos, em São Paulo.
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“Me formei e Psicologia na Universidade do Estado de São Paulo (USP), pois vivia um conflito familiar e com a psicologia tive um amadurecimento grande das ideias”, conta.
Ele lembra que aprendeu a desenhar com a sua mãe, desde jovem, em papel de embrulhar pão. Apesar de ter mais três irmãos e uma irmã, a sua mãe arrumava tempo para desenhar os filhos. André foi o único a herdar esse dom para o desenho.
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“Sempre tive essa vontade de desenhar, mas o dia a dia força a gente a buscar outro trabalho para viver. Na época da faculdade vendia coxinha e salgados na rua, pois não tinha tempo pra desenhar, mas era a minha vontade”, salienta.
O artista também trabalhou em dois jornais para fazer desenhos de anúncios publicitários. E já desenhava com bico de pena e nanquim, no início de década de 1980.
“A partir daí me aprimorei com a técnica do pontilhismo, fazendo desenhos de anúncios, na cidade de Assis, interior de São Paulo. Também fui premiado com um trabalho feito em grafite, no 2º salão de Artes Plásticas”.
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Ao atuar na área de arquitetura e planejamento, ele aprimorou o traço com projetos arquitetônicos.
“Quando me aposentei resolvi voltar ao que sempre tive vontade de fazer, que era pintar e desenhar. Me especializei em fazer retratos e rostos, porque a expressão do sentimento e da alma está estampada na face das pessoas, particularmente nos olhos”, ressalta.
A cada trabalho do artista, os olhos sempre se destacam e marcam a imagem. Os seus desenhos mostram cada detalhe na expressão do rosto das pessoas.
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Para desenhar, André usa o bico de pena e a caneta nanquim, de alta qualidade. E pode levar até 20 dias para concluir um trabalho, mas vai depender de cada desenho. A maioria tem mais de um milhão de pontos. Ele usa papel couchê, semiplastificado, em formato A3.
“Apesar de ter estudado muito sobre arte, não sou formado em Artes Plásticas. A escola de arte que sigo é o Realismo, desenhando imagens de rostos e retratos de forma mais nítida possível”.
INSPIRAÇÃO.
Os quadros de André são inspirados na solidão. “Vivo sozinho em Itanhaém e é raro ir à praia, vou apenas para caminhar. Amo a Cidade, mas a solidão é, ao mesmo tempo, um modo de transbordar a alma e ampliar os horizontes”, revela.
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Entre os quadros estão o de uma amiga e escritora iraniana, que é uma engenheira e mora na Alemanha; outra iraniana que é uma empresária no ramo de tapetes persas. Além de um quadro da sua filha com seu cão da raça Golden, de seu filho e outros.
O artista tem divulgado os seus trabalhos no Instagram. Porém 90% dos seus seguidores são do exterior, como Bélgica, Austrália, Dinamarca, Irã, Estados Unidos e da América Central.
“O pintor Charles Laveso, considerado o 8º melhor desenhista do mundo, tem uma escola de arte em São Paulo. Os trabalhos dele são perfeitos na arte do Realismo. Ele tem mais de 40 mil seguidores e segue 126 artistas, um deles sou eu”, frisa.
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Apenas dois artistas utilizam a mesma técnica nos desenhos - Ricardo Gonçalves, em Portugal, e Juan Francisco Casas, na Espanha.
PLANOS.
André pretende participar de exposições na Cidade para expor seus trabalhos. “Já recebi convites para expor em São Paulo e também em Madri, na Espanha, e em Miami, nos Estados Unidos. Mas tudo isso envolve investimentos e ainda não foi possível participar”, explica.
Diz ainda que já foi na diretoria municipal de Cultura e apresentou seus quadros. “Eles gostaram e prometeram marcar uma exposição na Pinacoteca Municipal, mas ainda não recebi um retorno”.
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Ele também trabalha com encomendas. Interessados em conhecer os trabalhos do artista André Luiz podem acessar o Instagram @andre_arq1.
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