Lourival Xavier Pimenta, de 59 anos, já trabalha há 40 anos na função de afiador de ferramentas / Nair Bueno / Diário do Litoral
Continua depois da publicidade
Exercer uma antiga profissão e ganhar o pão de cada dia. Essa foi a escolha do afiador de ferramentas Lourival Xavier Pimenta, de 59 anos, que já trabalha há 40 anos na função. Todos os dias ele vem atraindo o público, no calçadão do centro histórico de Itanhaém.
Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.
Continua depois da publicidade
Quem passa pelo calçadão da praça Narciso de Andrade, não pode deixar de ver o afiador de metais. Lourival também possui uma gaita que toca, de vez em quando, para chamar a atenção dos clientes.
“Estou morando e trabalhando no centro de Itanhaém há três semanas. Vim de São Paulo para passear com a minha irmã e gostamos da Cidade. Já estava pensando em sair da Capital, pois com a pandemia, a situação financeira piorou bastante em São Paulo”, explica.
Continua depois da publicidade
Ele conta que ainda não conhecia Itanhaém, mas que se apaixonou na primeira visita que fez ao município.
“Atuo há 40 anos como afiador de ferramentas na região do bairro da Móoca, em São Paulo. É uma profissão que está quase em extinção, mesmo na Capital só conheço uns três colegas”, conta.
“Posso trabalhar em qualquer lugar e trouxe minha máquina afiadora e as ferramentas. É uma máquina do tempo da fiandeira que fazia o tecido. Essa é nova, pois a minha antiga é mais rápida, mas ficou em São Paulo”, salienta.
Continua depois da publicidade
Na sua máquina, ele pode afiar tesoura, faca, alicate, tesoura de jardim, tesoura para chapa e outras ferramentas maiores.
Segundo ele, as peças que os clientes trazem mais para afiar são alicates e tesouras de todos os tipos.
“Aprendi o ofício de afiador com um colega, há mais de 40 anos, em São Paulo, e comecei a pegar experiência. Pretendo ficar mais uns 40 anos neste ofício”, brinca.
Continua depois da publicidade
A diferença entre os objetos de metal na Capital e no litoral, Lourival explica que aqui eles são bastante enferrujados devido à ação da maresia.
“Em São Paulo a ferramenta de aço dura bastante, mas aqui ela enferruja em poucos dias. Minha sugestão é para que os clientes coloquem o óleo de máquina ou azeite para conservar a peça”, recomenda.
Essa á a sua única fonte de renda, já que se mantém com o que ganha como afiador. “Dá pra manter a casa, não tenho o que reclamar. E sempre vivi com pouco dinheiro, se ganhar muito me atrapalho”, frisa.
Continua depois da publicidade
OFÍCIO.
O amolador ou afiador que, antigamente também era um reparador de sombrinhas, é um comerciante ambulante que se desloca em uma bicicleta para oferecer os seus serviços de amolar facas, tesouras e outros instrumentos de corte. O ofício surgiu nas estradas em Portugal. Ao longo do século XX, os amoladores ambulantes foram dando lugar aos estabelecidos em comércio. Já no início do século XXI, restam poucos amoladores pelas ruas.
PLANOS.
Sobre os planos futuros, Lourival afirma que pretende continuar no mesmo trabalho, como afiador de metais. Ele quer ainda montar uma mesa na sua casa para poder afiar ferramentas mais pesadas, como as que são usadas por jardineiros.
“Já pensei em montar uma oficina para afiar ferramentas, mas gosto mesmo é da rua e de interagir com as pessoas nas vias. A gente encontra todo o tipo de pessoa, mas temos que ter jogo de cintura para lidar com o público”.
Continua depois da publicidade
E completa “faço o que gosto e ganho o suficiente para me manter”.
O amolador Lourival trabalha todos os dias, no horário das 8 às 14 horas, no calçadão da praça Narciso de Andrade, no centro histórico de Itanhaém.
Continua depois da publicidade