A proposta de autoria do vereador Fernando Martins dos Santos, o Peitola (também tucano), havia sido aprovada pela Câmara, em votação simbólica e sem registro nominal dos votos / Divulgação
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O prefeito de Guarujá, Válter Suman (PSDB), vetou totalmente o projeto de lei que instituía a Vaquejada no Município. O veto já foi encaminhado à Casa de Leis.
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A proposta de autoria do vereador Fernando Martins dos Santos, o Peitola (também tucano), havia sido aprovada pela Câmara, em votação simbólica e sem registro nominal dos votos, mostrando pouca convicção por parte dos demais parlamentares.
À reportagem, Válter Suman resolveu economizar sobre sua decisão: "a iniciativa não condiz com as políticas desenvolvidas pelo Município na atual gestão".
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Antes mesmo de Suman vetar o projeto, a Frente Ambientalista da Baixada Santista (FABS), por intermédio do educador e ambientalista Matheus Marques, já repudiava a proposta de Peitola.
O ambientalista alertou que, assim como a Vaquejada, já existe inúmeras manifestações culturais em diversos lugares do Brasil envolvendo animais, algumas já consideradas crime de acordo com o artigo 225 da Constituição Federal e inaceitáveis na sociedade, como as rinhas de galo e a farra do boi.
O professor explicou que a vaquejada nada mais é do que um jogo sádico em que vaqueiros montados tentam derrubar o boi puxando-o pelo rabo.
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Quem deixar o animal caído com as quatro patas para cima marca pontos. Durante a prática da vaquejada o bovino encontra-se em rápida movimentação, em situação de desespero e medo, e está sujeito a tombos, a contusões, ou fraturas nas patas e rabo. Até mesmo os cavalos dos vaqueiros podem sofrer lesões nesse processo.
STF.
"O assunto já esteve no Supremo Tribunal Federal e, em outubro de 2016, foi considerada inconstitucional a prática da vaquejada, sendo considerada uma atividade cruel. O Conselho Federal de Medicina Veterinária também possui o mesmo posicionamento, sendo totalmente contrário à realização de vaquejadas e práticas de entretenimento que resultem em sofrimento aos animais", afirmou ao Diário assim que o Legislativo deu aval ao projeto.
O representante da FABS garantia ser bastante claro que a vaquejada não é esporte, mas violência e tortura, pois atletas reconhecidos nacionalmente e o Conselho Federal de Educação Física não reconhecem vaquejadas como esporte.
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Ele terminou da seguinte forma: "temos que ter consciência que os animais não podem ser tratados como 'coisas'. As pessoas precisam entender que não há como ter vaquejada sem maus tratos. Os maus-tratos são inerentes às provas, à prática".
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