Travessia Guarujá-Bertioga vai usar rebocador até março de 2023 / Divulgação
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Após reportagem do Diário veiculada na antevéspera do Natal, o Departamento Hidroviário (DH), da Secretaria Estadual de Logística e Transportes do Estado de São Paulo, informa que continuará mantendo, até março (durante a temporada), a operação nas travessias Guarujá-Bertioga usando rebocadores para movimentar balsas. Equipamentos com motores - como ocorre na travessia Santos-Guarujá - para atravessar o Canal de Bertioga só serão viabilizados mesmo no terceiro mês de 2023.
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Segundo o DH, "a alternativa adotada traz vantagens em relação à manutenção. Caso haja algum problema, o rebocador pode ser rapidamente substituído por outro e a balsa volta operar normalmente. Esse modelo é utilizado em todo País e certificado pela Marinha do Brasil", explica, negando negligência.
Independente do acerto, ou não, sobre o sistema adotado há meses, o que acontece na realidade é uma travessia permanentemente frágil e prejudicial para cidadãos e cidadãs que se utilizam o transporte que une os dois municípios. Não seria difícil imaginar, por exemplo, a possibilidade de balsas ficarem à deriva em caso de incidentes.
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ROTINA.
As paralisações totais e parciais viraram rotina. A última ocorreu no último dia 16, quando o sistema foi interditado para um reparo no equipamento localizado do lado de Bertioga, voltando apenas no dia 18.
E não precisa muito para deduzir que se os problemas voltarem a ocorrer nos próximos meses, em pleno verão, vão prejudicar ainda mais, obrigando turistas e moradores usar a Rodovia Doutor Manuel Hipólito Rego, a Rio-Santos, gastando tempo e combustível, como já ocorreu inúmeras vezes.
Mesmo assim, o DH justifica que duas balsas alugadas com rebocador são estratégia adotada para que os usuários não sejam prejudicados enquanto as embarcações que atendem esta travessia passam por manutenção. "A manutenção, que vem ocorrendo em todas as embarcações desde o início da atual gestão, é importante para garantir segurança, conforto e confiabilidade".
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DIFERENTE.
Conforto e confiabilidade não refletem bem o que pensa a população do entorno dos usuários, que enviaram áudios e vídeos à Reportagem reclamando do sistema. O líder da Associação de Moradores da Cachoeira, Sidnei Bibiano dos Santos, é um deles.
"Pagamos uma tarifa cara. Retiraram as balsas e colocaram dois rebocadores amarrados a flutuantes, atrasando o tempo de atracar entre um lado e outro. Tem muita gente perdendo compromissos em ambos os lados das duas cidades. O Estado precisa resolver estes problemas. A temporada já começou e não podemos ficar deste jeito".
Esta semana, pelas redes sociais, uma moradora da Prainha Branca divulgou um vídeo que, segundo ela, seria uma das consequências do sistema adotado pelo DH: um vazamento de óleo do rebocador que estava fazendo travessia. O vídeo foi compartilhado por ativistas de defesa do meio ambiente.
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UM MÊS.
Ainda este ano, a travessia entre os dois municípios ficou paralisada por mais de um mês, após acidente registrado em 12 de junho, provocado pela força da maré que soltou os cabos e amarras do flutuante e fez a ponte de 70 toneladas afundar três metros. O DH liberou o acesso à travessia para ciclistas e pedestres após a contratação emergencial e a locação do guindaste flutuante para içar a ponte.
Enquanto a travessia esteve mais de uma mês parada, as pessoas que utilizavam diariamente o sistema de travessia gratuito tiveram muitas dificuldades. Conforme já revelado, os moradores que atravessavam chegaram a pagar R$ 5,00 toda vez se dirigiam a Bertioga. (Carlos Ratton)
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