GUARUJÁ
Tarcísio manteve o apoio às ações da PM na Operação Escudo, dizendo que não viu excesso nas ações, apesar dos relatos de morte de inocentes e de um caso de tortura
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) / Divulgação/Governo de SP
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O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse nesta quarta-feira (9) que a falta de imagens dos casos em que houve mortes em Santos e Guarujá, no litoral paulista, ocorre porque não há câmeras suficientes para serem colocadas nas fardas de todos os policiais militares.
Tarcísio manteve o apoio às ações da PM na Operação Escudo, dizendo que não viu excesso nas ações, apesar dos relatos de morte de inocentes e de um caso de tortura.
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"A gente não tem câmeras para todas as unidades", disse Tarcísio, em uma entrevista coletiva, após ser questionado sobre o fato de que menos da metade dos casos com morte teve imagens disponibilizadas ao Ministério Público. "Temos 10 mil câmeras para 90 mil policiais. Existem batalhões que têm câmera, e que não têm câmera."
Ele citou o caso do Batalhão de Choque de Presidente Prudente, que reforçou a Operação Escudo, que não conta com câmeras. O governador não disse se pretende comprar mais câmeras para as fardas da PM.
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O governador também afirmou que, quando visitou o litoral e conversou com policiais militares que participaram da operação, viu uma tropa "que sabia o que estava fazendo". Ele disse que todas as ocorrências com morte serão investigadas, mas repetiu que não viu indício de excessos.
"Não vi uma tropa exaltada, não vi uma tropa descontrolada. Eu vi, pelo contrário, uma tropa extremamente equilibrada e extremamente consciente do que tinha que fazer", disse Tarcísio. Ele argumentou que as mortes ocorreram em lugares e horários diferentes, em vez de se concentrarem num só lugar -o que, para ele, é indicativo de que não houve excesso por parte dos policiais.
Menos da metade das ações policiais que registraram mortes em boletins de ocorrência tem imagens de câmeras corporais disponíveis até agora. Segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública), das 16 ocorrências letais, seis envolveram policiais de batalhões que não dispõem desse tipo de equipamento.
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Nesta quarta, o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, se recusou a comentar as investigações sobre supostos abusos cometidos por policiais
OPERAÇÃO FOI RESPOSTA A MORTE DE PM
A Operação Escudo foi uma resposta à morte do soldado Patrick Bastos Reis, 30, na quinta-feira retrasada (27) em Guarujá. Três homens foram indiciados e se tornaram réus pelo assassinato.
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Após a morte do policial, a SSP (Secretaria da Segurança Pública) deslocou agentes de todos os grupos de elite da Polícia Militar para a Baixada Santista. O efetivo da operação ultrapassou 600 policiais.
Em seis dias, o número oficial de pessoas mortas em confronto com as forças de segurança na Baixada Santista chegou a 16, segundo a secretaria. Com isso, a ação foi a segunda mais letal da história da PM paulista -atrás apenas do massacre do Carandiru, com 111 vítimas.
Moradores denunciaram execuções de pessoas que estariam desarmadas, invasões de casas por policiais mascarados, ameaças a moradores e ao menos um caso de tortura. Há relatos de que um morador de rua foi morto em uma favela da região. Além disso, uma vítima foi enterrada como indigente, e outra foi identificada dessa forma em um boletim de ocorrência.
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Entre os mortos havia, segundo os familiares, um ajudante de pedreiro, um garçom e um vendedor ambulante. A Folha de S.Paulo também encontrou um registro de microempreendedor individual de uma das vítimas, que seria um entregador de encomendas.
Segundo o governo, todas as mortes são investigadas pela Deic (Divisão Especializada de Investigações Criminais) de Santos e pela PM por meio de Inquérito Policial Militar. A atuação dos agentes de segurança também será investigada pelo Ministério Público de São Paulo.
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