A primeira etapa dos trabalhos, iniciada em maio, foi a remoção do material solto, como vegetação, pedras e terras / Divulgação
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As obras de contenção no Morro da Bela Vista – também conhecido como Morro do Macaco Molhado, acabam de ser concluídas. Para recuperação da área, que foi uma das atingidas pelas fortes chuvas do início de março, foram repassados R$ 25 milhões pelo Governo do Estado ao Município de Guarujá. Á época, a Cidade decretou estado de calamidade pública devido aos deslizamentos de encostas causados pela tempestade.
A primeira etapa dos trabalhos, iniciada em maio, foi a remoção do material solto, como vegetação, pedras e terras. Em seguida, os técnicos realizaram a topografia da região, limitando a área onde os serviços seriam executados e também a sondagem, o que deu subsídios para elaboração do projeto executivo.
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Em função da inclinação do morro, foram executados métodos para impermeabilização do solo, como a projeção de concreto na parte superior e a aplicação de tirantes de solo grampeado, estruturado com malha de ferro.
Outra técnica adotada foi a construção de um sistema de drenagem para auxiliar a captação de águas pluviais. Já para reduzir a velocidade da descida do líquido, escadas de dissipação de energia foram implantadas no local.
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Ao longo dos últimos meses, mais de 100 funcionários foram envolvidos na ação, que contou com o suporte de maquinários e, inclusive, técnicas de rapel. "Tudo foi planejado para garantir a segurança dos trabalhadores e, principalmente, daqueles que vivem no entorno", explicou o secretário de Infraestrutura e Obras (Seinfra), Adilson de Jesus.
Áreas verdes
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Para fixação do solo exposto, a solução encontrada foi a aplicação de hidrossemeadura de grama – uma geomanta flexível tridimensional composta por sementes, fertilizantes, camada protetora, entre outros produtos. Aplicada por jato de alta pressão, a técnica é utilizada para impedir o processo erosivo, geralmente causado pela ação da chuva e do vento.
Além disso, a geomanta tem a finalidade de viabilizar o crescimento de vegetação de porte baixo (gramíneas e leguminosas), que vão garantir não só a cobertura do solo, mas como também sua estabilização.
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Cenário devastador
A tragédia de causas naturais aconteceu na madrugada de 2 de março. Em um curto período de tempo, o índice pluviométrico atingiu a marca de 405 milímitros, superando o previsto para todo o mês de março.
Segundo os cálculos da Secretaria de Meio Ambiente (Semam), esse volume equivaleu a 58 milhões de metros cúbicos de água, o que corresponde a dois reservatórios da Usina Hidrelétrica de Itaipu, a segunda maior barragem do mundo e que abastece o Brasil e o Paraguai.
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Só no Morro do Macaco e no Morro da Barreira, onde ocorreram os principais acidentes, desceu um total de 153 mil toneladas de sedimentos, materiais oriundos de origem vegetal, pedras e terras.
Outros morros atingidos
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Uma semana após os deslizamentos, a Prefeitura de Guarujá solicitou R$ 77 milhões ao Governo Federal para obras de reestruturação dos pontos afetados e limpeza. Deste montante, só foram repassados R$ 20,5 milhões, para uso específico no chamado plano de resposta rápida, que compreende a serviços de limpeza e correção de estragos.
De acordo com a Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplan), R$ 17 milhões estão sendo designados para limpeza e remoção de sedimentos provenientes do escorregamento das encostas dos morros Barreira do João Guarda, Vila Baiana, Engenho e Cachoeira.
Os R$ 3,5 milhões remanescentes foram usados para limpeza de vias públicas, restauração de unidades de saúde deterioradas pelos impactos das chuvas torrenciais e remoção do entulho de casas que desabaram com o deslizamento de terra.
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A Prefeitura ainda aguarda verba para as obras estruturantes de contenção de encostas e prevenção de novos deslizamentos, a exemplo do Morro da Bela Vista. Para isso, o Município espera, no mínimo, R$ 42 milhões.