Guarujá
Região do Rabo do Dragão, em Guarujá, espera por serviços simples e corriqueiros, como poda de árvores, cujas copas imensas cobrem boa parte da área transitável da via
Galhos de seringueira atingem quase outro lado da pista da rodovia / Nair Bueno/ DL
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O ano mal começou e a comunidade caiçara residente às margens da Rodovia Ariovaldo de Almeida Viana (SP-61), conhecida como Guarujá Bertioga, na região do Rabo do Dragão, em Guarujá, continua praticamente implorando por serviços simples e corriqueiros, como poda de árvores, cujas copas imensas cobrem boa parte da área transitável da via.
“Só entre dezembro e janeiro já houve quatro quedas de galhos de uma seringueira no quilômetro 13,9. As autoridades competentes já foram comunicadas, mas parece que nossas vozes não estão sendo ouvidas. Não podemos deixar acontecer um acidente grave para depois ser tomada uma providência”, desabafa secretário geral da Associação dos Moradores e Amigos da Cachoeira da região do Rabo do Dragão, Sidnei Bibiano Silva dos Santos.
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A vida da população daquela região de Guarujá é um verdadeiro martírio burocrático sem necessidade. Isso porque a estrada ainda está sob domínio do Estado e gerência do Departamento de Estradas de Rodagem (DER). Para se ter uma ideia, para zelar pela segurança de motoristas e moradores, a Secretaria de Operações Urbanas de Guarujá tem que emitir um ofício para o DER para fazer a simples troca de lâmpada queimada em postes que iluminam a via.
“É um jogo de empurra enorme. No caso das árvores, a Elektro passa a bola para a Secretaria de Meio Ambiente de Guarujá, que não possui caminhão para chegar ao topo das árvores. O DER também não possui o veículo, nem a terceirizada contratada, nem a Defesa Civil e nem os bombeiros. E a população e os motoristas correndo perigo todos os dias. Uma tragédia anunciada”, finaliza Sidnei Bibiano.
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MUNICIPALIZAÇÃO
Há anos existe tratativas para municipalizar a Estrada Guarujá-Bertioga, mas a iniciativa insiste em ficar no papel, apesar dela praticamente ser uma via urbana dentro de Guarujá. Em 2020, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), recebeu indicação formal para municipalizar por intermédio da deputada Monica da Bancada Ativista (PSOL), que vem lutando incansavelmente pela conquista.
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Doria, por ofício, deu aval para a municipalização, que está parada em alguma gaveta do Palácio dos Bandeirantes. O pedido de Monica atinge os 22,5 quilômetros da estrada, ligando a área urbana até a balsa que dá acesso ao município de Bertioga.
O trecho urbano é conhecido pelos nomes Estrada do Pernambuco e Avenida Marjory da Silva Prado. A deputada justifica que toda a estrada possui características urbanas, com serviços de correios, transporte público, coleta de lixo, iluminação, mas tudo de forma bastante precária, necessitando ampliar a infraestrutura para famílias que lá residem por mais de 70 anos.
DER E PREFEITURA
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O DER informa que a rodovia vai receber obras de modernização e recuperação. As obras fazem parte do Programa Estrada Asfaltada e serão realizadas em 17,3 km de extensão. A previsão é que os trabalhos comecem nos próximos meses e o prazo de obras é de 12 meses. Também garante que realiza serviços periódicos de conservação no local. Sobre a poda, em razão da rede elétrica no local, o DER solicitou à concessionária para executar os serviços.
A Prefeitura de Guarujá confirma que a estrada é administrada pelo DER-SP, que só pode encaminhar as demandas da população aos órgãos competentes e que já acionou o DER. “Considerando o porte da árvore, também foram acionadas a Neoenergia Elektro e o Corpo de Bombeiros para atendimento. Entretanto, ainda não houve retorno. A vegetação além das margens da rodovia é caracterizada como floresta de encosta, integra o bioma Mata Atlântica e possui regramento federal para manejo e intervenção”, finaliza nota.
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