O evento foi cancelado após denúncia de que se tornaria ato político / Divulgação
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Pastores ligados a ala bolsonarista estariam articulando, via redes sociais, transformar o evento evangélico Marcha Para Jesus, em Guarujá, em um movimento político pró presidente Jair Bolsonaro contra a decisão das urnas na última eleição. Os participantes teriam que ir ao evento com camisas da seleção e protestar contra o resultado das urnas ocorridas no dia 30 de outubro.
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As informações foram reveladas oficialmente pelo vereador Sérgio Santa Cruz (PSB), no plenário da Câmara. Sérgio pediu oficialmente à Prefeitura de Guarujá que adiasse a marcha, o que acabou acontecendo por intermédio do Comando do 21º Batalhão da Polícia Militar do Interior (BPMI), pelas mãos Tenente Coronel Gustavo Pereira Lima Magnani.
“Queriam transformar a marcha numa passeata. Queriam fazer manifestação contra o resultado do último pleito eleitoral. Isso foi dito em um podcast que eu consegui. A inteligência da Polícia Militar também descobriu a intenção. Tinham R$ 80 mil em recursos públicos, oriundos de emendas parlamentares, para a marcha e parte desses recursos seriam destinados ao pagamento do cantor André Valadão. Queriam trazer até o próprio Bolsonaro”, disse ontem o vereador.
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Na Pérola do Atlântico, o Conselho de Ministros e Pastores Evangélicos de Guarujá (COMPEG) decidiu adiar a marcha que aconteceria neste sábado (12), no Distrito de Vicente de Carvalho. Como em todas as cidades, os bolsonaristas estão se manifestando em frente a quartéis, protestando contra a eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em Guarujá, eles estão em frente ao Forte dos Andradas, que abriga o quartel general da 1ª Brigada de Artilharia Antiaérea e da costa das regiões Sul e Sudeste do Exército Brasileiro.
INCONSTITUCIONAL.
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Especialistas em Direito Constitucional já se manifestaram em vários veículos de comunicação alertando que os atos, mesmo os que estão sendo feitos foras das estradas, são inconstitucionais. O sistema político brasileiro proíbe os militares de intervir na política e não prevê um mecanismo de intervenção militar.
A Constituição de 1988, logo no artigo 1º, parágrafo único, diz que "Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição". Pela Carta Magna, é o povo quem escolhe os governantes. Se os militares tomam o poder pela força, isso se classifica como um golpe de Estado.
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