O bairro de Santa Cruz dos Navegantes, em Guarujá, foi objeto de estudo do projeto / HELDER LIMA / PREFEITURA DE GUARUJÁ
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O bairro de Santa Cruz dos Navegantes, em Guarujá, foi objeto de estudo do projeto vencedor do 14º Concurso para Estudantes de Arquitetura realizado pelo Centro Brasileiro da Construção em Aço (CBCA) neste ano. A falta de desenvolvimento urbano da antiga vila de pescadores, que conta, no momento, com aproximadamente 6 mil habitantes, contrasta com os avanços vistos na vizinha Santos, que recentemente concluiu um investimento milionário na conclusão da obra da Nova Ponta da Praia e atualmente é o município com o melhor saneamento do país, segundo estatísticas reunidas em um ranking produzido pelo Instituto Trata Brasil.
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Ao mesmo tempo que Santa Cruz dos Navegantes serve como entrada para o Porto de Santos, também sofre com descuido e falta de desenvolvimento. Isso chamou a atenção dos estudantes de arquitetura da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Marcelo Marçal e Rafael Cirino, e dos orientadores Cesar Iwamizu e Sasquia Obata, que resolveram desenvolver em conjunto um projeto de implantação de um complexo modular de pesquisas biológicas ligadas à saúde em Santa Cruz dos Navegantes. O centro de pesquisas, atrelado ao principal acesso do bairro, foi visto e avaliado pelos estudantes e docentes como a oportunidade ideal de integrar a Vila de Navegantes ao desenvolvimento da região. Os alunos venceram a edição anual do concurso superando outras 111 equipes de 51 faculdades de Arquitetura de 14 estados diferentes de todo o Brasil.
APROPRIADO.
O projeto, que foi batizado de Estação Uçaúna, leva o nome de um caranguejo nativo do local, e deve transformar o antigo píer de acesso a Santa Cruz de Navegantes em uma moderna estação de pesquisas de escala nacional. O Centro de Pesquisas, dividido em três volumes sombreados por uma única cobertura, é cortado transversalmente pela passarela que conecta a margem do bairro aos novos atracadouros de acesso. O primeiro bloco, localizado no térreo, foi pensado para uso da população em geral, como em exposições e eventos diversos, como campanhas de vacinação, por exemplo. Já o bloco central é voltado para a pesquisa e desenvolvimento, além de um auditório para 120 pessoas. Por fim, o terceiro bloco abriga instalações direcionadas às atividades administrativas e técnicas da estação de pesquisa.
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Marcelo Marçal pontua que a escolha do uso da estrutura em aço foi fundamental para a viabilidade do projeto devido a vários fatores.
"A industrialização total das peças estruturais viabiliza obras em terrenos de difícil acesso, como é o caso da Estação Uçaúna", explica.
"Em uma obra pré-fabricada como a do projeto, a maior parte da mão de obra é na montagem de todas as peças, não sendo necessário canteiro de obras como no caso de construções convencionais", explica o profissional.
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A concepção da estrutura em aço também foi crucial devido aos grandes vãos, com destaque para a cobertura de sombreamento, inteiramente atirantada, seguindo a lógica das pontes estaiadas, vencendo vãos que alcançam até 36 metros.
VIDA LONGA.
Ainda segundo a proposta vencedora, o uso do aço no projeto de Santa Cruz dos Navegantes garante a durabilidade da estrutura localizada na comunidade. "Por ser uma obra no mar, a implantação do projeto foi caracterizada com alta agressividade marinha (Categoria C5-M / ISO 9223). O processo de galvanização a quente, que consiste em aplicar camadas de zinco a superfícies de aço, prova a eficiência do aço em ambientes externos sujeitos a interferências climáticas extremas".
Nascido na cidade de Guarujá e criado na vizinha Santos, Marçal tem pretensões de levar o projeto adiante, em busca de interessados em financiar a obra que vai mudar a cara da região, melhorar a vida da população mais carente e trazer avanços significativos no campo da pesquisa científica. "Como morador da Baixada Santista, tenho total interesse em continuar desenvolvendo o projeto. Contribuir com melhorias para os moradores da região é algo que pra mim não tem preço", complementa.
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CBCA.
O Centro Brasileiro da Construção em Aço é uma entidade de classe, criada originalmente em 2002, com o objetivo de ampliar a participação da construção industrializada em aço no mercado nacional, realizando ações para sua divulgação e apoiando o seu desenvolvimento tecnológico no Brasil.
O CBCA tem como gestor o Instituto Aço Brasil e não é uma entidade comercial. Para acessar os últimos dados divulgados pela entidade, as pessoas interessadas podem acessar o portal www.cbca-acobrasil.org.br/site/estatisticas.
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