Os guarujaenses ainda não terão a estátua na Enseada / DIVULGAÇÃO/PREFEITURA DE GUARUJÁ
Continua depois da publicidade
Por ainda não estar com a programação totalmente fechada e por conta de trâmites administrativos para sua colocação por parte da Prefeitura de Guarujá, não vai ser desta vez que os adeptos às religiões de matriz africana terão o prazer de ter, na Festa de Iemanjá, a estátua da Rainha do Mar na Praia da Enseada, no próximo dia 2.
Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.
Continua depois da publicidade
A estátua, de sete metros de altura, já estaria pronta, em São Vicente, aguardando remoção e transporte. Mas, segundo a Secretaria de Cultura do município, a questão da estátua tramita internamente, entre as secretarias e demais órgãos da Administração.
A colocação da estátua já foi aprovada na Câmara de Vereadores, com aval da Prefeitura. No final do ano passado, a Yalorisá Terezinha de Jesus Lima, que representa o ylê Asé oyá balenytá, estava otimista em relação a este ano: "a base ainda está em construção. Tudo correndo na perfeita ordem". Ontem, ela confirmou: "a base da estátua, realmente, tramita entre as secretarias e não tem como colocar a estátua de Mãe Iemanjá para a grande festa. Vamos ter que esperar", conforma-se.
Continua depois da publicidade
Nos bastidores, a história é outra. Especula-se que, como ocorreu em Santos e São Vicente, evangélicos e católicos estariam pressionando para que a orla guarujaense não conte com a estátua, que estaria pronta em São Vicente, aguardando ser retirada, transportada e afixada. A Prefeitura garante que a questão não passa pela intolerância religiosa.
Sobre a festa, a Administração informou que já estão previamente inscritos 17 ilês da Cidade, atendendo convocação pública de interessados feita pela Secretaria de Cultura. Foi constituída uma comissão destinada à sua organização e planejamento, conforme o Decreto 15.363 publicado no Diário Oficial do último dia 19, que reúne representantes de sete secretarias municipais e também de entidades culturais e afro-religiosas da Cidade.
Em eventos passados, o público girava em 15 mil pessoas. Atualmente, Guarujá possui 400 casas de candomblé, umbanda, angola, geijê , kêtu ,nagô, escolas de samba, academias de capoeira e outras. A festa deverá seguir em m espaço de 9.800 m² montado na faixa de areia, na altura da Praça Horácio Lafer (Jardim Tejereba).
Continua depois da publicidade
Deverá ter cerca de 45 tendas, que receberão 22 ilês de terreiros do município, além de um palco para apresentações e uma tenda de apoio com representantes da Secretaria de Cultura (Secult)
Dentro das festividades ocorrem sempre manifestações musicais, religiosas, entre outras atividades gratuitas. As comemorações têm início com a tradicional procissão que leva a imagem do orixá feminino. São distribuídas também fitinhas semelhantes às de Nosso Senhor do Bonfim, uma lembrança da Festa de Iemanjá de Guarujá.
SÃO VICENTE.
Na primeira cidade do Brasil, por pressão de outras religiões, a estátua de Iemanjá nunca foi instalada, ficando guardada na casa de um simpatizante da religião.
Continua depois da publicidade
Em Santos, depois de muita luta, o prefeito Rogério Santos (PSDB) aderiu à liberdade religiosa e inaugurou a estátua em homenagem à Rainha do Mar na Praça Luiz La Scala, Ponta da Praia. Antes, conforme reportagens do Diários, a estátua estava guardada no Teatro Municipal por conta da intolerância religiosa.
A situação chegou ao ponto do Levante Tereza de Benguela: Baixada Santista contra o Racismo e a Intolerância Religiosa ter que realizar uma manifestação pela instalação da estátua. Santos possui cerca de oito mil adeptos à religião afro e milhares de outros simpatizantes à diversidade religiosa.
A estátua santista representa o movimento negro, o empoderamento feminino, a religião de origem africana, respeitando os dogmas e a mitologia africana. Uma Iemanjá negra, de cabelos black, corpo e rabo de sereia.
Continua depois da publicidade