Crianças ficam sem pediatra no Perequê, em Guarujá

Uma situação que perdura desde o ano passado. Falta atendimento médico pediátrico no período noturno e, nos finais de semana e feriados, também no período diurno, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24 horas do Perequê, em Guarujá.

No lugar, o atendimento se dá somente de segunda a sexta feira às centenas de crianças que cometeram ‘o pecado’ de morar longe do centro da Cidade. 

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Isso significa que uma criança, em situação de urgência ou emergência, em grave estado de saúde, corre alto risco até chegar ao pronto-socorro mais próximo, que fica na Enseada, ou a da Santa Maria, ao lado da Rodoviária e em frente à Prefeitura. 

E não é nada fácil! É um percurso feito em transporte público cuja oferta, principalmente nos finais de semana, é menor. A espera à noite chega ser superior a uma hora. Em dias de chuva, a vida de pais e mães se torna um martírio.

ARRECADAÇÃO.

Tudo em um município em que o orçamento deste ano é de R$ 2,5 bilhões, sendo em administração direta R$ 2,3 bilhões. Neste valor está inclusa a Câmara de Vereadores, responsável por R$ 71 milhões e que, na última terça-feira, aprovou com facilidade o aumento de cadeiras. Em 2025, os vereadores que deveriam fiscalizar situações como essa passarão de 17 para 21.

“Eu votaria a favor do aumento das cadeiras se a cidade estivesse em situação tranquila em relação à saúde, educação, segurança pública e outras questões, mas não está”, disse o vereador Anderson Figueira (Podemos), que votou não ao aumento. Também disseram não Raphael Vitiello (PSD) e Wagner dos Santos Venuto (o Waguinho Fé em Deus – União Brasil). O vereador Toninho Salgado (PSD) faltou à sessão. E o presidente Juninho Eroso só votaria em caso de empate.       

CRIANÇAS. 

O bairro do Perequê fica na região conhecida como Rabo do Dragão. A UPA atende crianças de famílias caiçaras que moram às margens da Rodovia Ariovaldo de Almeida Viana (SP-61), conhecida como Guarujá Bertioga. Também atende crianças filhas de caseiros e trabalhadoras de quatro loteamentos - Iporanga, São Pedro, Itaguaiba e Tjucupava, além das comunidades da Prainha Branca, e Praia do Pernambuco.

“Cadê os nossos vereadores que parece não ver o que está acontecendo na região. O Conselho Tutelar parece não estar atento. O Conselho da Saúde também não. Onde está o respeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente?”, desabafa o secretário geral da Associação dos Moradores e Amigos da Cachoeira da região do Rabo do Dragão, Sidnei Bibiano Silva dos Santos. 

Bibiano lembra que outro problema é a falta de dentista e a falta de medicamentos básicos. “Até pouco tempo atrás, estava atendendo. Tiraram a profissional e nunca mais voltou. Os equipamentos estão parados sem funcionamento e, com certeza, já devem estar danificados por falta de uso e sem manutenção”.

JUNHO DE 22.

Há quase um ano, junho de 2022, a Prefeitura prometeu resolver um problema crônico envolvendo as comunidades caiçaras. Garantiu que no máximo em 30 dias, iria repor profissionais de saúde para atendimento, inclusive domiciliar, na região do Rabo do Dragão. 

Problemas de atendimento médico na região do Rabo do Dragão ocorrem desde que terminou o Programa Mais Médicos, do Governo Federal. A população fez até um abaixo-assinado pedindo que um médico atenda regularmente moradores das comunidades que vivem as margens do canal de Bertioga. 

PREFEITURA. 

A Prefeitura de Guarujá informa que as unidades de saúde referências para atendimento pediátrico no período noturno são as UPAs da Rodoviária (Jardim Santo Antônio), Enseada e Vicente de Carvalho. 

A Administração segue comprometida e trabalha em estudos visando à ampliação do atendimento a comunidades caiçaras de Guarujá, incluindo o Perequê