As três balsas de Bertioga continuam sendo rebocadas / Carlos Ratton/DL
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O Departamento Hidroviário do Estado de São Paulo (DH-SP) prometeu e não cumpriu. Em 18 de janeiro último, informou ao Diário do Litoral que, em março, as três balsas que fazem a travessia entre Guarujá e Bertioga estariam operando com motores próprios. No entanto, a Reportagem constatou, há dois finais de semana, que as embarcações continuam se locomovendo com a ajuda de rebocadores. "Vai ser assim até que os motores sejam entregues e instalados", disse um funcionário.
Há oito meses, a Direção do DH-SP explicou: "continuaremos mantendo, durante a temporada, travessia com rebocadores. Balsas com motores - como ocorre na travessia Santos-Guarujá - só serão viabilizadas em março próximo. A alternativa adotada traz vantagens em relação a manutenção. Caso haja algum problema, o rebocador pode ser rapidamente substituído por outro e a balsa volta operar normalmente. Esse modelo é utilizado em todo País e certificado pela Marinha do Brasil".
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DEMORA.
Durante dois finais de semana, a Reportagem constatou que de rápida a travessia não tem nada. Além de operar com praticamente uma embarcação à noite, numa ocasião, um carro teve que ser rebocado do interior da balsa e, quem estava atravessando, ficou mais de uma hora esperando, inclusive os pedestres, pois as balsas servem não só veículos.
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Tempo atrás, o Diário publicou que uma mulher chegou a ficas das 11 horas da noite (23 horas) em diante, com oito crianças, sem ter onde se alimentar, abrigar e proteger, aguardando o momento da maré baixar para que os rebocadores, que empurram as balsas sem motor voltassem a cumprir a missão de atracar as balsas no flutuante fixo que dá acesso à terra firme.
Mônica Santanna, moradora da região do Rabo do Dragão, em Guarujá, 'ousou' atravessar para Bertioga para levar as crianças a um parque de diversões. Quando ela conseguiu atravessar, já não havia transporte público para levá-la em casa. Ela ainda tinha que trabalhar na manhã seguinte.
"Só conseguimos atravessar duas horas depois, quando a maré subiu novamente. Perdemos o último ônibus que nos levaria para casa. Moramos próximos do quilômetro 14 da Rodovia Guarujá-Bertioga (Ariovaldo de Almeida Viana - SP-61). Deveriam deixar pelo menos uma catraia para pedestres", contou na ocasião.
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Sem alternativa por mar, pedestres, turistas e moradores são obrigados usar a Rodovia Doutor Manuel Hipólito Rego, a Rio-Santos, gastando tempo e combustível, como já ocorreu inúmeras vezes, após as paralizações por questões técnicas e relativas ao tempo e maré.
FRÁGIL.
A travessia é permanentemente frágil e prejudicial para cidadãos e cidadãs que se utilizam o transporte que une os dois municípios. O DH justifica que duas balsas alugadas com rebocador são estratégia adotada para que os usuários não sejam prejudicados enquanto as embarcações que atendem esta travessia passam por manutenção.
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"A manutenção, que vem ocorrendo em todas as embarcações desde o início da atual gestão, é importante para garantir segurança, conforto e confiabilidade", justificou há meses.
PREFEITURAS.
A Prefeitura de Guarujá já encaminhou um ofício à Direção do DH pedindo o retorno das balsas com motor nas travessias entre o município e Bertioga, operadas diariamente com balsas alugadas com rebocadores desde novembro de 2021.
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"Estamos pedindo providências o mais breve possível, alegando que a economia local sofre prejuízos com essa situação, na medida em que o trânsito de trabalhadores, turistas e mercadorias é diretamente prejudicado com as medidas adotadas", alertava a Administração.
Do outro lado, a Secretaria de Segurança e Mobilidade de Bertioga informa que a gestão da travessia Bertioga-Guarujá é responsabilidade do DH-SP, ligado ao Departamento de Logística e Transportes do Governo do Estado. "A pasta reforça que, apesar da disposição para eventuais alternativas, as demandas sobre ações devem ser solicitadas ao órgão estadual", ponderou.
COMUNICADO.
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Confira a seguir a nota da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo (SEMIL):
Com relação às embarcações, a travessia Bertioga-Guarujá conta atualmente com três balsas, que trafegam acopladas com rebocadores. A medida visa garantir a continuidade dos serviços no período em que as embarcações, ferryboats, passam por reformas no Sistema de Travessias Litorâneas do Estado de São Paulo. O valor investido para as três embarcações locadas é de R$ 1,2 milhão, com vigência neste semestre.
Importante destacar que esse modelo de operação é seguro, aprovado e vistoriado pela Capitania dos Portos de Santos, e certificadoras credenciadas. Todos equipamentos e instalações internas e externas das balsas com rebocadores são vistoriados, visando a segurança da navegação. No período noturno, com a baixa demanda de veículos e pedestres, a frota é reduzida em todo sistema. Além disso, a demanda operacional está sendo devidamente atendida.
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A atual gestão está trabalhando para finalizar as reformas citadas, que vão melhorar a qualidade das viagens aos usuários.
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