Guarujá

Aquário do Guarujá recebe novo lobo-marinho

Loba-marinha que chega ao Acqua Mundo tem dois anos de idade e está cega

Da Reportagem

Publicado em 10/09/2019 às 09:40

Compartilhe:

Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Facebook Compartilhe no Twitter Compartilhe por E-mail

Após seu resgate, ela passou as últimas semanas se adaptando ao novo lar / Divulgação

Continua depois da publicidade

O Acqua Mundo, Aquário do Guarujá, recebeu uma nova moradora. Uma loba-marinha-do-sul (Arctocephalus australis), juvenil, cega e com aproximadamente dois anos de idade. O animal estava sob os cuidados do Centro de Reabilitação e Despetrolização (CReD) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), desde o início de novembro de 2018, quando foi encontrado na baía de Guaratuba, litoral do Paraná, debilitado e sendo alimentado por pescadores.

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

Nas últimas semanas, o animal passou por um período de adaptação do novo lar, em Guarujá, e não esteve visível ao público. O biólogo responsável pelo Acqua Mundo, Paulo de Tarso, explicou a necessidade deste período de isolamento “Os técnicos do CReD, por norma, evitam que os animais em recuperação tenham contato com seu tratador. Aqui no aquário consideramos importante que os animais tenham uma relação próxima aos seus cuidadores, pois isso facilitará a realização de observações e coleta de dados para avaliação clínica, de maneira pouco estressante para a lobinha”. 

Continua depois da publicidade

Em razão da sua cegueira a loba-marinha permanecerá ainda sob observação pelos biólogos e veterinários do aquário, até que esteja perfeitamente ambientada ao novo recinto. A partir da próxima terça-feira (10), com a abertura do recinto, os visitantes já poderão conhecer a nova moradora.

Resgates

Continua depois da publicidade

Após o primeiro resgate, a equipe do CReD diagnosticou uma lesão ocular já cicatrizada no olho direito, que causou perda total da visão do animal. Além de uma úlcera superficial no olho esquerdo, acarretando baixa visão. De acordo com o médico veterinário do CReD do Paraná, Marcillo Altoé Boldrini, o problema na visão do animal pode ter ocorrido durante a vinda do animal desde a Patagônia até o Brasil “Nas colônias desses animais é normal a interação agressiva entre os animais sendo relativamente comum a existência de adultos cegos de uma vista. Acreditamos que devido ao animal ser um filhote e estar sozinha, tenha ficado mais suscetível a acidentes”

Após três meses de tratamentos, os técnicos do CReD consideraram o animal apto para a liberação ao meio ambiente natural, realizando a soltura em um local próximo ao Parque Nacional Marinho das Ilhas dos Currais, 6,2 milhas da costa, em frente à Praia de Leste, em Pontal do Paraná. Porém, sete dias após a liberação, o animal retornou à orla marinha. Para Boldrini, o retorno se deu possivelmente por apresentar dificuldades na readaptação ao meio natural “Em seu segundo resgate fizemos avaliações quanto a capacidade deste animal retornar à natureza e consideramos arriscado, tendo em vista o comportamento não reversível de aproximação aos humanos devido ao recebimento de alimentos. Esse comportamento foi adquirido naturalmente devido ao trauma ocular”, ressalta.

Boldrini também observa que “Animais inaptos a sobrevivência em ambiente natural tendem a reaparecer após a soltura com baixo peso corporal e podem se aproximar de pequenas comunidades buscando alimentação. Devido a esse comportamento, alguns indivíduos podem ser alvos de agressões ou vandalismo”. Por este motivo a equipe do CReD descartou a opção de uma nova tentativa de devolução à natureza e optou pelo encaminhamento e amparo de instituição que pudesse acolher o animal, escolhendo assim o aquário do Guarujá que já possui um grande tanque apto para receber o animal.  

Continua depois da publicidade

Mais Sugestões

Conteúdos Recomendados

©2025 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software