Esse é um trabalho para que todos os estudantes percebam as dificuldades de uma pessoa que se locomove com cadeira de rodas / Divulgação/PMG
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Sentir na pele as dificuldades que um cadeirante encontra no dia a dia, além de estimular a solidariedade. Esses são alguns dos objetivos de proposta que vem sendo desenvolvida na Escola Municipal Oswaldo Cruz II (no Parque Estuário), em Vicente de Carvalho.
Na Unidade, os mais de 600 alunos de Ensino Fundamental I (1º ao 5º ano) aprendem a maneira correta para subir ou descer uma rampa, além de outras atividades pedagógicas envolvendo o tema acessibilidade. As ações corroboram projetos e programas de conscientização e combate ao bullying estabelecidos pela Secretaria de Educação (Seduc), em toda a rede municipal de ensino.
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No entanto, um fator foi fundamental para o desenvolvimento dessas atividades. É que dentre os estudantes da E. M. Oswaldo Cruz II está Luis Vinícius da Silva Dias, de apenas 10 anos. Cadeirante, ele possui uma distrofia muscular de Duchenne, doença genética degenerativa e incapacitante que acomete apenas meninos. “Acho muito legal quando meus amigos me ajudam, porque se fosse o contrário eu também iria ajudá-los. Temos sempre que respeitar os outros”, comentou.
Conforme explica uma das coordenadoras da atividade, a professora de Educação Especial da Unidade, Flávia Regina Samia Avellino, esse é um trabalho para que todos os estudantes percebam as dificuldades, em todos os aspectos, de uma pessoa que se locomove com cadeira de rodas. “Isso faz com que eles também saibam lidar com essas situações fora da escola”.
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Amarelinha adaptada e leitura reforçam conscientização em sala de aula
Para envolver Luis nas atividades, a Escola criou, no pátio, uma amarelinha adaptada, com quadrados maiores, de modo que coubesse a cadeira de rodas. E assim o pequeno aluno passou a participar da brincadeira. Outra cadeira de rodas fica disponível aos outros alunos, para que tenham a mesma experiência.
A professora Flávia conta ainda que as ações pedagógicas fizeram com que Luis Vinícius fosse ainda mais acolhido por seus colegas. “Assim trabalhamos o respeito às diferenças, a empatia. Ao saírem da sala de aula, um colega logo se prontifica para levar Luis até a amarelinha”, conta.
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Uma delas é Thayrine Caehthel Lopes Xavier, 10 anos, que está sempre pronta para ajudar o amigo cadeirante. “Eu me sinto muito bem fazendo isso e é bom para a gente ver as dificuldades que essas pessoas passam. Aqui na Escola também aprendi que não é legal tirar o sarro, pois isso é bullying, uma coisa errada”.
A educadora também utilizou o livro “Meus pés são a cadeira de rodas”. A obra tem como personagem uma menina paraplégica, que passa por diversos desafios em uma simples ida ao mercado. Além disso, o refeitório conta ainda com fila preferencial para pessoas com deficiência. “Aqui, o Luis tem seu espaço reservado”.
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