MORTE
Vítima foi até delegacia com o filho após amigo do mesmo ter sido detido por suposto desacato a autoridade
Policial Civil foi morto por Policial Militar na frente de delegacia / Arquivo/DL
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O advogado da família do Policial Civil que foi morto na frente de uma delegacia de Guarujá, na noite deste domingo (27), afirma que a vítima já estava sendo ameaçada pelo PM responsável por realizar os disparos pelo menos desde 2021. A Polícia Militar e a Polícia Civil deram início a investigações para apurar o ocorrido.
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O caso se deu entre a noite deste domingo e a madrugada desta segunda-feira (28). De acordo com Renato Cardoso, que é cunhado do Policial Civil morto e também advogado da família, um dos filhos da vítima estava em um bar acompanhado de um amigo quando uma viatura da Polícia Militar passou perto deles.
Segundo Cardoso, ambos rapazes perceberam que um dos policiais dentro do veículo gesticulou em direção à dupla, o que chamou a atenção deles. Alguns momentos depois, os mesmos PMs voltaram e fizeram uma abordagem, durante a qual, o filho do Policial Civil começou a gravar a ocorrência para guardar provas para si.
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Ao notar que estavam sendo registrados, de acordo com o advogado, um dos policiais perguntou ao rapaz se o mesmo iria ‘avisar o pai’ a respeito da abordagem e começou a fazer ameaças tanto ao autor da gravação quanto à sua família. Depois disso, os PMs colocaram o rapaz que acompanhava o filho da vítima na viatura e o levaram para a delegacia depois de liberar o sobrinho de Cardoso.
Temendo pela segurança do amigo, o rapaz foi para casa e avisou o pai sobre a apreensão e as ameaças. Ciente da situação, a vítima decidiu ir até a Delegacia Sede, mas ao chegar lá percebeu que o amigo do filho ainda não estava lá e nem a viatura ou os policiais que fizeram a abordagem.
Após alguns minutos, a equipe de policiais militares chegou à delegacia e um deles, ao notar a presença do Policial Civil que os aguardava, foi tirar satisfações com o mesmo. Cardoso afirma que não é possível afirmar quem efetuou o primeiro disparo porque seu sobrinho foi imobilizado por um dos agentes e jogado ao chão enquanto os dois policiais discutiam, mas seu cunhado foi baleado com tiros de fuzil e morreu horas depois, enquanto um dos PMs envolvidos na ação foi alvejado no ombro, mas passa bem.
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RICHA.
Responsável pela defesa da vítima, Cardoso explica que o Policial Civil morto e o Policial Militar que foi alvejado, já possuíam uma animosidade de pelo menos um ano devido ao fato de que o primeiro havia efetuado uma denúncia junto à corregedoria da PM contra o homem que eventualmente viria a mata-lo.
O advogado não soube dizer quantos disparos atingiram a vítima e explica que apenas os exames fetos pelo legista do Instituto Médico Legal (IML) serão capazes de determinar, mas ele foi enfático ao dizer que o cunhado não foi morto com tiros de pistola e sim com de um fuzil.
POLÍCIA MILITAR.
Em depoimento, os policiais militares explicaram que realizavam um patrulhamento e receberam a informação de que havia uma pessoa armada em uma praça perto do bar onde o filho do policial civil morto e seu amigo estavam.
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Após passar algumas vezes pelo trecho, os PMs afirmam que foram hostilizados por um dos dois rapazes com gestos obscenos e decidiram abordá-lo. O homem em questão, segundo eles, ofereceu resistência e precisou ser contido pela equipe antes de colocá-lo na viatura para realizar o transporte até a Delegacia Sede de Guarujá.
Eles afirmam ainda que a demora para levar o rapaz em questão até a Delegacia Sede se deu porque ele precisou ser levado até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Enseada, devido a ferimentos ocorridos durante a abordagem. Ao chegar na unidade, os PMs afirmam que foram abordados pelo Policial Civil, o qual, segundo eles, começou uma discussão e efetuou disparos em direção aos policiais militares, que revidaram e acabaram matando o homem.
INVESTIGAÇÃO.
Devido ao fato de que o caso envolve tanto Policiais Civis quanto Policiais Militares, ambas instituições deram início a investigações próprias para apurar o ocorrido. As gravações feitas pelo filho do Policial Civil deverão ser usadas para auxiliar na apuração.
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“Eu vou na Corregedoria na próxima quarta-feira (2) assim que possível para pressioná-los porque um caso dessa gravidade não pode ficar por isso”, conclui Cardoso.
O Diário do Litoral tentou localizar o Policial Militar envolvido no crime ou os advogados responsáveis por sua defesa, mas não os localizou até o encerramento desta reportagem e este espaço ficará aberto para eles.
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