Governo

Síria já se prepara para ataque dos EUA

Em alguns bairros de Damasco, como em Kfar Sousseh, Malki e Mezze, moradores relatam que os militares estão se mudando para apartamentos vazios

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 03/09/2013 às 16:35

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O presidente sírio, Bashar Assad, já está se preparando para um ataque militar norte-americano contra Damasco, a capital do país, promovendo a retirada de civis, transferindo soldados para apartamentos vazios e emitindo novas ameaças de retaliação.

Moradores de Mouadhamiyat al-Qalamoun, uma cidade ao norte de Damasco, disseram que os militares pediram no domingo para que os moradores saiam de uma área próxima a uma grande base militar que poderá ser um alvo dos ataques norte-americanos.

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Bashar Assad já está se preparando para um ataque militar norte-americano contra Damasco, a capital do país (Foto: Divulgação)

Em alguns bairros de Damasco, como em Kfar Sousseh, Malki e Mezze, moradores relatam que os militares estão se mudando para apartamentos vazios. Muitos desses apartamentos já tinham sido desocupados ao longo de dois anos e meio de guerra civil.

Em Kfar Sousseh, veículos armados e caminhões equipados com armas antiaéreas foram instalados em intersecções e becos. Essa área abriga diversas agências de segurança, além de escritórios importantes do governo, como o conselho de ministros e o Ministério das Relações Exteriores.

Já um grupo de apoiadores do regime lançou uma campanha chamada de "sobre nossos cadáveres", que envolve acampar com tendas em áreas que provavelmente serão bombardeadas pelos EUA. "Nós não estamos com medo e prometemos que vamos retaliar", disse o estudante universitário Ali Habib, de 20 anos.

Um membro do governo sírio disse na segunda-feira que tanto o exército sírio quanto o braço armado do Hezbollah, grupo xiita do Líbano, atacariam os EUA em caso de uma ofensiva norte-americana. Os primeiros alvos seriam navios de guerra no Mar Mediterrâneo.

Em entrevista ao The Wall Street Journal, um membro do Parlamento, Khaled Abboud, disse que o Hezbollah e as forças armadas agora são um mesmo corpo. "Em minha avaliação, o Hezbollah se juntará à Síria em certas operações contra navios de guerra no Mediterrâneo", disse.

O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, não comentou publicamente as acusações norte-americanas, de que o governo sírio estaria usando armas químicas contra a população. O grupo, que assim como o regime de Assad é apoiado pelo Irã, é classificado pelos EUA como uma organização "terrorista".

Os EUA têm cinco destróieres armados com mísseis no Mediterrâneo, além de vários navios anfíbios com centenas de soldados da Marinha prontos para possíveis ataques contra a Síria. O presidente Barack Obama ainda espera o apoio do Congresso para conduzir a operação militar contra a Síria.

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