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Rouhani toma posse no Irã e defende diálogo

Pela primeira vez, a posse de um presidente no Irã contou com a presença de dignitários estrangeiros, entre eles diversos líderes regionais

Publicado em 04/08/2013 às 15:38

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O presidente eleito do Irã, Hasan Rouhani, tomou posse do cargo neste domingo (4) adotando um discurso conciliador ao abordar o persistente impasse internacional em relação ao programa nuclear de seu país.

A posse de Rouhani, um político moderado, ocorre um dia depois de sua escolha para o cargo ter sido oficialmente endossada pelo líder supremo da república islâmica, aiatolá Ali Khamenei.

Pela primeira vez, a posse de um presidente no Irã contou com a presença de dignitários estrangeiros, entre eles diversos líderes regionais.

Rouhani herda um país em dificuldades econômicas ao suceder Mahmoud Ahmadinejad, cuja postura provocativa isolou internacionalmente o Irã ao longo de dois turbulentos mandatos de quatro anos.

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O presidente eleito do Irã, Hasan Rouhani, tomou posse do cargo neste domingo (Foto: Divulgação)

No discurso de posse, Rouhani disse que a única maneira de se interagir com o Irã é por meio do diálogo, e não de sanções, numa alusão às suspeitas dos Estados Unidos e outras potências em relação ao programa nuclear iraniano.

"Se vocês estiverem um busca de uma resposta adequada, falem com o Irã usando a linguagem do respeito mútuo, não a linguagem das sanções", declarou Rouhani numa clara mensagem aos Estados Unidos. "A única maneira de se interagir com o Irã é por meio de negociações baseadas na igualdade, no desenvolvimento de confiança recíproca, no respeito mútuo e na redução das hostilidades", declarou o presidente perante o Parlamento.

EUA

O governo dos EUA, enquanto isso, manifestou neste domingo (4) a expectativa em que o novo presidente iraniano, Hasan Rouhani, "siga a vontade" dos eleitores e faça escolhas que "melhorem a vida" dos iranianos. Por meio de nota, o secretário de Imprensa da Casa Branca, Jay Carney, disse que a posse de Rouhani dá ao Irã "uma chance de agir rapidamente" em relação às preocupações de outros países sobre o programa nuclear iraniano.

Segundo Carney, Rouhani encontrará nos EUA um "parceiro disposto" se decidir "engajar-se substancial e seriamente" no comprimento de suas obrigações internacionais e trabalhar no sentido de uma solução pacífica para a questão nuclear.

Mais cedo, a televisão estatal iraniana citou Rouhani opinando que os EUA e outras nações do Ocidente "ficam atrás de desculpas" para confrontar o Irã e outros países que não consideram amigos. O comentário foi feito depois de uma reunião, no sábado, com um representante norte-coreano que está em Teerã para a posse.

Os Estados Unidos e alguns de seus aliados suspeitam que o Irã desenvolva em segredo um programa nuclear bélico. O Irã sustenta que seu programa nuclear é civil e tem finalidades pacíficas, como a geração de energia elétrica e a pesquisa de isótopos medicinais, estando de acordo com as normas do Tratado de Não-Proliferação Nuclear, do qual é signatário.

É improvável, no entanto, que Rouhani possa interferir decisivamente em uma eventual mudança nos rumos do impasse entre Washington e Teerã. No Irã, a presidência ocupa-se da gestão do governo e de questões políticas internas, mas tem pouca influência sobre assuntos de Estado - como é o caso do programa nuclear -, que são decididas pelos aiatolás.

Antes mesmo do juramento de posse perante o Parlamento, o endosso de Khamenei permitiu a Rouhani começar a exercer neste domingo as funções para as quais foi eleito em junho. De acordo com a agência estatal de notícias Irna, a primeira decisão de Rouhani como presidente foi a nomeação de seu chefe de gabinete. A função será exercida por Mohammad Nahavandian, um empresário de 58 anos com doutorado em economia na Universidade George Washington.

Síria

Também neste domingo, durante reunião com o primeiro-ministro da Síria, Wael al-Halqi, Rouhani manifestou o apoio do novo governo iraniano ao presidente Bashar Assad, que há dois anos e meio enfrenta uma insurgência que transformou-se em guerra civil e já causou a morte de mais de 100 mil pessoas. Teerã tem em Damasco um de seus principais aliados desde a Revolução Islâmica, em 1979, e tem retribuído o apoio no decorrer da atual guerra civil síria.

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