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O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, defendeu hoje (21) que se observe com prudência a divulgação de informações sobre o uso de armas químicas contra civis na periferia de Damasco (Síria). Segundo ele, é necessário aguardar a conclusão dos trabalhos dos peritos da Organização das Nações Unidas (ONU), que estão no país verificando a possibilidade de uso de armas químicas para avaliar a situação como um todo.
Porém, Patriota lamentou as suspeitas sobre uso de armas químicas em Ghouta, na região de Damasco, matando pelo menos 100 pessoas nesta quarta-feira. Para o chanceler, o ideal é buscar um acordo na região a partir de uma agenda diplomática desenvolvida pelos integrantes do grupo liderado pelo enviado especial das Nações Unidas e da Liga Áraba à Síria, Lakhdar Brahimi, na chamada Conferência Genebra 2, promovida pela Rússia e pelos Estados Unidos.
O governo brasileiro acompanha a situação na Síria por intermédio de informações do encarregado de negócios no país, o diplomata Bruno Carrilho. O diplomata está em Beirute, capital do Líbano, que faz fronteira com a Síria e envia dados diários ao Ministério das Relações Exteriores, Itamaraty.
Na imprensa internacional, uma das principais fontes é a organização não governamental (ONG) Observatório Sírio dos Direitos Humanos. A entidade informou hoje sobre o uso de armas químicas contra civis por parte de forças de segurança da Síria. Porém, as autoridades sírias negaram.
As informações vêm à tona no momento em que há um grupo de especialistas em armas químicas, enviado pela ONU ao país. As atividades dos peritos são mantidas sob sigilo absoluto até a publicação do relatório sobre as avaliações feitas na Síria. Não há data para a divulgação do documento.
O Observatório Sírio dos Direitos Humanos pediu à comissão internacional, encarregada de investigar a utilização de armas químicas no conflito sírio, que colabore para permitir o envio de ajuda médica aos locais afetados pelos bombardeios.
Desde o início dos confrontos na Síria, em março de 2011, morreram mais de 100 mil pessoas e aproximadamente 7 milhões de sírios precisam de ajuda humanitária de emergência, de acordo com o balanço da ONU. Os confrontos foram deflagrados pela disputa política entre a oposição e o presidente Bashar Al Assad. Assad que é pressionado a deixar o poder, mas resiste em abrir mão do governo.
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