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Os manifestantes que ocupam o Parque Gezi, em Istambul, em protesto antigovernamental, anunciaram hoje (13) que se recusam a abandonar o local, apesar do “último aviso” do primeiro-ministro turco antes de nova intervenção policial.
“Ficaremos no Parque Gezi com as nossas tendas, os nossos sacos de dormir, as nossas canções, os nossos livros, os nossos poemas e todas as reivindicações”, declarou, em conferência de imprensa, a advogada Can Atalay, em nome do movimento Solidariedade Taksim, o principal coordenador dos manifestantes.
Esses rejeitaram também a proposta de um referendo apresentada pelo primeiro-ministro, Recep Tayyip Erdogan, para decidir o destino do parque e das suas 600 árvores, que os manifestantes tentam defender de um projeto de urbanização que o governo pretende construir.
“Não passamos por todos estes ataques que fizeram mortos e feriram cerca de 5.000 dos nossos concidadãos para que se realizasse um referendo”, sublinhou Atalay.
O último balanço divulgado na terça-feira pelo sindicato dos médicos turcos aponta quatro mortos – três manifestantes e um policial – e quase 5.000 feridos, várias dezenas dos quais com gravidade, desde o início das manifestações, no dia 31 de maio.
O movimento Solidariedade Taksim recordou que uma decisão de um tribunal administrativo datada de 31 de maio ordenou a suspensão das obras no Parque Gezi e acusou o governo de querer, com este referendo, desviar a atenção da população das verdadeiras reivindicações dos manifestantes.
“Um primeiro passo bastante simples de levar a cabo, bastante realista e que servirá mais eficazmente a paz social é investigar e expulsar os responsáveis que permitiram a violência policial”, disse Atalay.
Depois de ter acenado na quarta-feira com a hipótese de um referendo para ditar publicamente o destino do Parque Gezi, o chefe do governo advertiu hoje que “basta”, em um “último aviso” às centenas de pessoas que continuam a ocupar o parque dia e noite.
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