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O governo da França procurou neste domingo desacelerar os planos do grupo norte-americano General Electric (GE) de comprar a divisão de energia da multinacional francesa Alstom, dizendo que não aceitará nenhum acordo "apressado" sobre ativos considerados estratégicos, e afirmou ainda que estuda uma oferta alternativa da alemã Siemens.
Fazendo valer sua influência num fim de semana de intensas negociações corporativas, o ministro de Economia francês, Arnaud Montebourg, disse ter sido informado sobre a intenção da Alstom de vender sua unidade de energia à GE, mas alertou que o governo usará o tempo necessário para avaliar outras propostas.
"A GE e a Alstom têm sua agenda, que é a dos acionistas, mas o governo também tem a sua própria, que é a da soberania econômica", afirmou Montebourg.
O resultado das conversas tem grandes implicações para a França, que está tentando salvar um ícone industrial que voltou a enfrentar dificuldades dez anos depois de ter sido resgatado numa iniciativa negociada pelo governo.
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O executivo-chefe da GE, Jeff Imelt, viajou a Paris com a esperança de garantir um acordo já neste começo de semana, quando a Siemens anunciou uma oferta alternativa pela unidade de energia da Alstom.
Em carta enviada ontem à Alstom, o conglomerado alemão ofereceu uma proposta em dinheiro e uma troca de ativos para adquirir a divisão, avaliada em 10 bilhões de euros a 11 bilhões de euros (US$ 13,8 bilhões a US$ 15,2 bilhões). A Siemens também propôs transferir uma parte significativa de seu negócio ferroviário, que a Alstom poderia fundir à sua divisão de transportes. Além disso, a empresa alemã prometeu preservar os empregos da Alstom na França por pelo menos três anos.
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Na sexta-feira, Montebourg já havia afirmado que o governo estava avaliando alternativas à oferta da GE com a esperança de manter a Alstom sob controle francês. Em comunicado hoje a Imelt, o ministro adiou uma reunião marcada com o executivo e avisou que um possível acordo estaria sujeito a condições de Paris.
"Qualquer possível transação terá de ser avaliada por completo pelo ministério, que pode impor condições à sua implementação ou rejeitá-lo", disse Montebourg no comunicado, ao qual o The Wall Street Journal teve acesso.
Montebourg, que é conhecido por seus embates com empresas estrangeiras, foi promovido recentemente numa reforma do gabinete francês. No ano passado, o Yahoo! abandonou planos de comprar o site de vídeos Dailymotion após uma intervenção do ministro.
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