Governo

Alckmin suspende licitação suspeita de direcionamento

Duas das maiores empresas do setor mobiliário apontaram suposto direcionamento do edital em favorecimento de uma concorrente

Publicado em 07/08/2013 às 10:05

Compartilhe:

Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Facebook Compartilhe no Twitter Compartilhe por E-mail

Continua depois da publicidade

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), mandou suspender nesta terça-feira, 06, a licitação de R$ 62,5 milhões suspeita de direcionamento de edital no Instituto de Pesos e Medidas (Ipem). O órgão licitava a compra de móveis para si próprio e para mais 18 estruturas estaduais, entre elas a Secretaria de Educação. Do valor total do contrato, R$ 1 milhão seria para o uso do Ipem.

Duas das maiores empresas do setor mobiliário apontaram suposto direcionamento do edital em favorecimento de uma concorrente. A associação de empresas do setor afirmou que o edital continha restrições que impediriam a ampla concorrência. A autarquia, que também licitou a compra de móveis para outros órgãos, disse que a prática se justifica porque permite ao governo comprar por menores preços devido à economia de escala. É permitida pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), desde que os demais adiram à licitação antes que o edital seja divulgado.

Nesta terça-feira também, o TCE já tinha determinado um prazo de 48h para que o Ipem explicasse as controvérsias contidas na licitação do instituto. O conselheiro Sidney Beraldo, do TCE, tinha feito quatro exigências ao Ipem, que já afirmou que iria se manifestar dentro do prazo estipulado pelo órgão fiscalizador.

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

Alckmin mandou suspender nesta terça-feira, a licitação de R$ 62,5 milhões suspeita de direcionamento de edital no Instituto de Pesos e Medidas (Ipem) (Foto: Divulgação)

O tribunal pediu que o instituto justifique suas aquisições, explique-se sobre as quantidades pretendidas na licitação, informe quais são os outros concorrentes do contrato e que especifique o item 12 do edital, que despertou suspeitas de direcionamento. Nele, 80 diferentes tipos de objetos que serão adquiridos levam a seguinte inscrição: "MESA GABINETE (linha Z) - 2.400 X 2.800 X 730 mm". Os demais itens apenas levam a descrição do objeto, como "divisória de mesa" e "mesa de reunião oval", com as respectivas medidas.

O Ipem havia negado que a denominação "linha z" remeta a produtos de uma determinada empresa e afirmou que o uso da descrição não impediu a participação de nenhum concorrente na licitação. "Nenhum termo utilizado no item impediu ou direcionou a participação de qualquer empresa", disse o instituto.

A posição do Ipem, divulgada em nota, reforçou o que o superintendente do órgão, Alexandre Modonezi, também alegou. Ele disse que "o fato de constar Linha Z no edital é uma mera casualidade, pois como se usou ‘Z’, poderia ter sido exemplificado com ‘X’, ‘Y’... o que de forma alguma tem o propósito de direcionamento", afirmou.

Continua depois da publicidade

Mais lidas

Conteúdos Recomendados

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software