Voto até de Autuori, Muricy herda risco de 54% de rebaixamento

Começa nesta terça-feira a terceira passagem de Muricy Ramalho pelo São Paulo como treinador. Contratado para substituir Paulo Autuori - que já teria votado em Muricy para o lugar de Ney Franco -, ele recebe um time com considerável risco de queda à segunda divisão nacional.

Segundo Tristão Garcia, matemático dedicado aos estudos do futebol, são de 54% as chances de descenso do atual antepenúltimo colocado, que somou apenas 18 pontos nas 19 primeiras rodadas. Chances não maiores apenas do que as de Ponte Preta (75%) e Náutico (97%).

Auxiliar de Telê Santana na metade da década de 1990, quando dirigiu o time na conquista da Copa Conmebol de 94, Muricy colocou de vez seu nome no rol de treinadores vitoriosos do São Paulo ao vencer o Brasileiro três anos consecutivos, entre 2006 e 2008. Quatro anos mais tarde, retorna ao clube com incumbência completamente nova em sua carreira.

Com apenas um turno pela frente, ele não lutará por título, mas sim para melhorar uma série de números e livrar a equipe do maior vexame de sua história. Ela não vence há dois jogos, desperdiçou os últimos quatro pênaltis, já perdeu seis partidas como mandante e tem o segundo pior ataque, com 17 gols.

Estatísticas que, para alguns, poderiam ser outras se, em vez de Autuori, Muricy tivesse substituído Ney Franco. "O Muricy fez uma grande obra aqui. Não é fácil ganhar o Campeonato Brasileiro três vezes seguidas. Se eu participasse dessa enquete, também votaria no nome dele, porque é um treinador top, vencedor", disse o próprio Autuori, dois meses atrás.

A estreia de Muricy será às 21 horas (de Brasília) desta quinta-feira, contra a Ponte Preta, no Morumbi. A volta do treinador que era pedido por grande parte da torcida desde junho deve alavancar a venda de ingressos. Por conta do show da cantora Beyoncé no dia 15, porém, três setores foram fechados, limitando a carga total disponível para 43.574 bilhetes.