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Enquanto alguns torcedores do São Paulo já lamentam o término da carreira de Rogério Ceni, que pretende se aposentar no final do ano, o vice-presidente de futebol Ataíde Gil Guerreiro considera a decisão acertada. O dirigente acredita que o ídolo de 41 anos corre o risco de abandonar o futebol em baixa se prolongar ainda mais a trajetória como goleiro.
“Ninguém tem o direito de motivá-lo a continuar ou a desistir. É uma decisão exclusiva dele. Mas, se sair agora, ele sairá no auge. Se fizer isso no futuro, pode ser que não. Já disse isso ao Rogério, que está em uma fase esplendorosa”, comentou Gil Guerreiro, negando que esteja sugestionando Ceni a se aposentar. “Não é sugestão. Apenas dou ideias.”
Ao contrário do seu companheiro de diretoria, o presidente Carlos Miguel Aidar abriu um sorriso, nesta sexta-feira, ao escutar sobre a possibilidade de Rogério Ceni ser demovido da ideia de encerrar a carreira ao final do Campeonato Brasileiro e da Copa Sul-americana.
“Todo o mundo um dia para. Ainda mais nessa profissão, desgastante, exigente. O Rogério já é longevo nesse sentido. Infelizmente, é preciso parar um dia. Ele quase parou no ano passado, mas o time cresceu e o fez continuar. Quem sabe a história não esteja se repetindo?”, vislumbrou Aidar, com o cuidado de lembrar que também não tem a intenção de interferir na decisão do goleiro.
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Seja como for, o São Paulo já começou a se preparar para a aposentadoria do seu capitão – “o maior ídolo da história do clube”, segundo o presidente. “Temos que reverenciá-lo todos os dias, todos os instantes. O nosso marketing está preparando algo muito importante para ele, para que fique marcado para sempre na nossa memória. Até porque ele tem o projeto de parar agora”, reforçou.
Caso a aposentadoria se confirme, Rogério Ceni terá as portas abertas na diretoria do São Paulo. “Ele é uma pessoa bastante esclarecida. Poderá ser diretor, coordenador, e ajudar muito o clube. Nunca conversei com o Ataíde sobre isso, mas acho que só não dá para o Rogério virar treinador da equipe já no dia seguinte. Seria como um político mudar de partido em um dia e se candidatar por outro logo depois”, comparou Aidar.
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Entre as homenagens que Rogério Ceni poderá receber, há uma que também gera discordância entre os dirigentes. Ataíde Gil Guerreiro se antecipou para avisar que não pretende ver a camisa 1 do São Paulo aposentada. “Acho isso um absurdo. Sou totalmente contra. Camisa 1 é de goleiro. O Rogério é o maior jogador que o São Paulo já teve, mas essa ideia é uma bobagem”, definiu o vice-presidente de futebol.
Já Carlos Miguel Aidar viu uma alternativa para a polêmica. “Concordo com a aposentadoria da camisa em termos. O Rogério introduziu uma coisa nova no futebol, que é o número 01. Poderíamos aposentar esse 01, como fazem os clubes americanos, e não o 1. Mas é algo que ainda teria que passar pelo Conselho, alterar o estatuto...”, disse.