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Dois dos principais personagens da campanha do Palmeiras nesta Série B do Brasileiro deixaram o time a um ponto do título neste sábado. Artilheiro do time no ano e jogador que mais recebeu cartões na temporada, Leandro fez gol e foi expulso, e a equipe venceu o Joinville por 3 a 0 com duas assistências de Valdivia.
A atuação do chileno foi uma redenção. Apagado no empate com o Paraná, seu primeiro jogo após culpar Gilson Kleina por não atuar sempre por 90 minutos, o meia estava escondido no primeiro tempo até rolar para Leandro balançar as redes, aos 22 minutos. O lance salvou uma etapa pouco convincente do time que já garantiu o acesso à Série A.
Depois do intervalo e de variações táticas, Leandro perdeu a condição de herói ao fazer falta, receber o segundo amarelo e deixar o Verdão com um a menos a partir dos dez minutos do segundo tempo. Enquanto Kleina se preocupava em reforçar a marcação, Valdivia deu lançamento primoroso para Juninho fazer 2 a 0 aos 30 do segundo tempo. O criticado lateral foi aplaudido ao ser substituído pouco depois, pelo atacante Serginho, que assinalou o terceiro aos 43.
Com a vitória deste fim de semana, o Palmeiras atinge 73 pontos e só precisa de mais um para ser campeão, o que pode acontecer na visita que fará ao Paysandu, em Belém (PA), às 21h50 (de Brasília) de terça-feira. O time, porém, já pode entrar em campo com o título garantido caso a Chapecoense não vença o Paraná no jogo das 19h30 de terça-feira, em Curitiba.
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O jogo
A rara decisão de Gilson Kleina de fechar treinos resultou em uma novidade tática diante do Joinville. Sem Eguren e Alan Kardec, suspensos, e Luis Felipe, Vilson e Mendieta, machucados, o técnico apostou em Wendel, Juninho e Vinicius como novos nomes na escalação, e chamou mais atenção ao armar o time com três zagueiros.
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A configuração ficou clara após a saída de bola do time catarinense. O volante Marcelo Oliveira, habituado a jogar na lateral esquerda, se posicionou claramente como um defensor pela esquerda, com André Luiz do outro lado e Henrique centralizado, como um líbero. Márcio Araújo completava o que parecia um quadrado defensivo, ficando à frente dos zagueiros e subindo menos do que costuma.
Com a postura, Juninho era arma ofensiva, já que Wendel tem características de marcação, e Wesley ficou solto para encostar em Valdivia, teoricamente com vida facilitada pela movimentação constante de Leandro e Vinicius no ataque. Mas toda a teoria não se tornou prática diante de mais uma má atuação, principalmente, de Juninho e Valdivia.
As alternativas na frente ficavam ainda menores porque Kleina apostou em três zagueiros logo contra um adversário que tinha só um jogador no ataque. Com mais gente no meio-campo, o Joinville tinha facilidade para bloquear os passes do Palmeiras, não aproveitando a situação apenas por falta de qualidade para assustar Fernando Prass.
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As poucas oportunidades de esperança da torcida palmeirense no Pacaembu nos primeiros 20 minutos do confronto foram em jogadas individuais atrapalhadas exatamente pelo egoísmo de seus autores. Leandro e Vinicius se empolgaram com dribles desconcertantes e, em vez de olhar colegas em condições de finalizar, preferiram carregar a bola até serem desarmados na defesa.
Em meio à falta de criatividade, já que Valdivia voltou a mostrar até desinteresse ao se esconder no jogo, o Verdão, ao menos, descobriu as descidas de Wendel pela direita como forma de assustar. E foi assim que saiu o gol. Aos 22 minutos, Márcio Araújo desarmou tentativa adversaria e a jogou para Valdivia, que, ao contrário dos companheiros, serviu Leandro. Do atacante, a bola foi para as redes.
Após fazer gol mesmo sem jogar bem, o Verdão afrouxou ainda mais a marcação e deu uma solitária chance de perigo ao Joinville, que viu Edigar Junio, seu único atacante, achar espaço na pequena área e só não empatar porque Fernando Prass mostrou coragem e qualidade para espalmar, aos 31 minutos.
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Diante da falta de produtividade do time, Kleina resolveu alternar esquemas táticos. Primeiro, ordenou o posicionamento no 4-4-2, segurando Wendel e encostando Marcelo Oliveira na latera esquerda. Mais tarde, convencido da inutilidade ofensiva de Juninho, recuou o lateral para sua posição e empurrou Marcelo Oliveira no ataque. Assim, ao menos, conteve o toque de bola rival até o intervalo.
Para o segundo tempo, o técnico se cansou da atuação apenas figurativa de Vinicius e o trocou por Ananias, que em seu primeiro lance já colocou a bola entre as pernas de um rival. Com a movimentação mais efetiva, até Valdivia apareceu, tocando com perfeição para Marcelo Oliveira, que acabou passando vergonha ao pisar na bola e cair sozinho quase na pequena área. O panorama, porém, estava diferente.
Até que Leandro passou de herói a vilão. O autor do gol no primeiro tempo já tinha levado amarelo por falta antes do intervalo e, aos dez minutos da etapa final, deixou a perna para acertar um rival. Mais uma vez, o artilheiro do Palmeiras na temporada foi expulso, deixando a equipe na mão, com dez jogadores, e alterando o ambiente da partida.
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Para evitar surpresas, Kleina, que já via o Joinville avançar a marcação para se aproximar de Fernando Prass, promoveu a estreia do volante Renatinho, de 19 anos, no lugar do escondido Wesley. Enquanto a equipe se ajustava, preocupada em não sofrer gols, até Valdivia chegou a se posicionar como centroavante.
Mas foram necessários apenas 15 minutos para se reencontrar totalmente, aproveitando-se de sua movimentação e melhor preparo físico mesmo com um a menos. Além disso, Valdivia acordou. Aos 25, o chileno lançou com perfeição para Juninho soltar o pé na grande área e deixar a torcida respirar aliviada ao fazer 2 a 0.
Logo após seu passe, Valdivia nem olhou para Juninho, virando-se para seus companheiros e batendo no próprio peito, ressaltando a sua segunda assistência na partida. Os colegas entenderam o recado e foram abraçar o chileno. E Valdivia só não deu uma terceira assistência porque Márcio Araújo não conseguiu driblar o goleiro Ivan.
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Mas o terceiro gol era questão de tempo. Aos 43, em jogada que começou com Ananias, Serginho pegou sobra pela esquerda e mandou para as redes, pouco tempo depois de ter substituído Juninho. Mesmo com dez contra 11, o time cada vez mais perto do título da Série B não levou nem sustos mais do Joinville. A conquista do último objetivo do clube no ano parece ser questão de tempo.