Esportes

Usain Bolt comenta casos de doping e volta a se dizer "limpo"

O jamaicano, homem mais rápido do mundo, é mesmo fruto apenas de treino e genética, e voltou a dizer que não se dopa

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 25/07/2013 às 17:58

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Usain Bolt quebrou o silêncio para falar pela primeira vez, nesta quinta-feira, sobre os recentes casos de doping que mancharam o atletismo. O jamaicano, homem mais rápido do mundo, que desde sempre convive com dúvidas sobre até que ponto o seu desempenho fora do normal é mesmo fruto apenas de treino e genética, voltou a dizer que não se dopa.

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"Se me vocês (jornalistas) me seguem desde 2002, então sabem que eu fiz coisas extraordinárias desde que tinha 15 (anos). Foi a pessoa mais jovem a ganhar o Mundial Juvenil, aos 15. Marquei o recorde mundial juvenil (dos 200m) aos 18. Quebrei todos os recordes que poderiam ser batidos, em todos os níveis. Mostrei a todos, durante todos esses anos, que sempre iria ser um grande", disse Usain Bolt, em entrevista coletiva na véspera da etapa de Londres da Diamond League, onde participará da prova dos 100 metros, nesta sexta, e no revezamento 4x100m no sábado.

O jamaicano, porém, não quis se aprofundar ao comentar os casos de doping dos seus colegas de equipe jamaicana Asafa Powell e Sherone Simpson e também do norte-americano Tyson Gay, que neste ano lidera o ranking mundial dos 100m, à frente até do próprio Usain Bolt. "Sem dúvida é um pequeno retrocesso (para o atletismo), mas, como pessoa, não posso me concentrar nisso", comentou.

Recentemente veio à tona que Powell e Simpson testaram positivo para o estimulante oxilofrona no Campeonato Jamaicano, em junho. Outros atletas do país, inclusive um lançador de disco, também foram pegos no doping. "Definitivamente é surpreendente o que está acontecendo. Creio que faltam muitos detalhes do que está acontecendo. Assim, estou esperando os resultados e ver o que acontece porque tem muitas coisas que não foram ditas", alegou o homem mais rápido do mundo.

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Usain Bolt quebrou o silêncio sobre os recentes casos de doping que mancharam o atletismo (Foto: Divulgação)

Usain Bolt indicou que falou brevemente por mensagem de texto com Asafa Powell depois do anúncio do doping. "Não queria bombardeá-lo com perguntas. Lamento o que está acontecendo. Apenas o disse que seja forte e mantenha a concentração, que tomara tudo se resolva".

Pouco antes do Mundial de Moscou, que será no próximo mês, o bicampeão olímpico, até aqui, em 2013, é apenas o sexto do ranking mundial dos 100m, com o tempo de 9s94 que fez no Campeonato Jamaicano. Tyson Gay lidera com 9s75, seguido dos jamaicanos Nesta Carter (9s87) e Asafa Powell (9s88). "Todos estão melhorando, então tenho que me concentrar nisso antes do Mundial. Só penso em trabalhar duro, correr rápido, e oxalá eu possa ajudar as pessoas a esquecer o que aconteceu e virarem a página".

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O jamaicano sabe que, pela sua fama e por tudo que representa no esporte, tem que ser um exemplo. "Fui criado para inspirar as pessoas e para correr. Tenho esse talento e é isso que faço. Confio em mim e na minha equipe. Nas pessoas com quem trabalhei. E sei que estou limpo", comentou Usain Bolt, em referência à possibilidade de seus adversários terem caído no doping não por falhas próprias, mas de terceiros.

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