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Um ano depois, Itaquerão ainda não funciona como arena multiuso

Os "naming rights", que seriam outra fonte importante de recursos, ainda não foram negociados

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 18/05/2015 às 11:20

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A principal fonte de receitas do Itaquerão ainda é a arrecadação dos jogos, mesmo após um ano da partida inaugural - na vitória do Figueirense sobre o Corinthians por 1 a 0 em 18 de maio de 2014. O conceito de arena multiuso continua apenas no papel.

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As obras do pós-Copa retardaram vendas de camarotes, cadeiras cativas e a utilização total do prédio Oeste, que foi concebido como "shopping center". Os "naming rights", que seriam outra fonte importante de recursos, ainda não foram negociados.

A reportagem ouviu pessoas que participaram do projeto inicial e também quem estão envolvidas na busca por novas receitas. Em comum, todos creem que o estádio se pagará desde que gere receitas além da renda dos jogos.

Aumentar a arrecadação total do estádio é necessário porque a partir de julho o clube terá de pagar as primeiras parcelas mensais do empréstimo de R$ 400 milhões do BNDES.

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Serão parcelas de R$ 5 milhões pelos próximos 13 anos. O dinheiro do BNDES não foi o único empréstimo tomado para a construção da arena, que teve custo total de R$ 1,084 bilhão.

Até o final de 2014, o fundo que controla o estádio, do qual o Corinthians faz parte, já havia arrecadado cerca de R$ 40 milhões com as rendas (o dinheiro não fica com o clube). Este valor já aumentou graças aos jogos disputados em 2015.

Sucesso de público, o Corinthians levou média de 27 mil torcedores por jogo no Campeonato Paulista. Na Copa Libertadores competição mais rentável, o estádio teve lotação máxima, cerca de 40 mil, e rendas brutas na casa dos R$ 3 milhões por jogo.

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O Itaquerão ainda não funciona como arena multiuso (Foto: Rodrigo Gazzanel/Futura Press)

Na concepção da arena, 20% das receitas viriam da bilheteria. O restante seria arrecadado com venda do nome, camarotes, faturamento de bares e restaurantes, lojas, convenções, feiras e até mesmo shows - não no gramado, mas em outras áreas do complexo.

"O estádio será pago, mas talvez necessite um prazo maior. Esse é um problema sério para a construtora, que dá a garantia. Acho que ela deveria estar preocupada”, afirmou o ex-diretor de marketing e ex-vice-presidente Luis Paulo Rosenberg, hoje na Portuguesa. “A arena é viável, não é a Arena da Amazônia. Acho que a Arena Corinthians é a mais viável do Brasil. Mas esses lapsos de receitas precisam ser corrigidos.”

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Para Aníbal Coutinho, arquiteto responsável pela obra, não houve progressos no estádio em relação ao jogo inaugural, há um ano, contra o Figueirense, exceto a retirada das arquibancadas provisórias, atrás dos gols, onde agora estão instalados dois telões.

“O estádio não está pronto para gerar receitas com sua total capacidade. O clube tem sido prejudicado. Quem vai ao estádio com frequência não vê mudanças significativas.”

Em nota à reportagem, a Odebrecht, construtora que ergueu a arena, afirmou que as obras pós-Copa seguiram o ritmo previsto e foram realizadas de acordo com o calendário de jogos do Corinthians.

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"Foram finalizados alguns detalhes importantes de obras que estavam relativamente atrasadas por causa de problemas como a demora na entrega de materiais e desmanche de obras provisórias exigidas pela Fifa”, informou a construtora.

Atual diretor de marketing do Corinthians, Marcelo Passos assumiu o cargo há quatro meses. Ele afirmou que o estádio foi concebido para ser um polo de entretenimento. E, segundo ele, a arena terá essa condição em breve.

"Quanto tudo estiver pronto o estádio vai rodar bem. O desafio é esse. No prédio Oeste, temos lugar para casamentos, convenções, feiras, shows no lado externo... Queremos que a arena abra às 9 horas e que o torcedor possa ir a um restaurante antes do jogo.”

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O primeiro projeto de Passos foi o lançamento das vendas das cadeiras cativas e dos camarotes. Segundo ele, dos 89 camarotes do estádio, 20 foram vendidos. O camarote de valor mais baixo custa R$ 340 mil, dependendo do tempo de contrato.

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