Continua depois da publicidade
Há cerca de 15 anos, o Santos de Pelé, que fez história mundo a fora, foi conquistando aos poucos mais um torcedor. A série Santistas pelo Mundo conta hoje a história de Alejandro Chávez Vielman, da Guatemala. Um tio, fanático por um dos maiores times da história do futebol, despertou a curiosidade do designer gráfico, de 23 anos, que foi conhecendo o Peixe por meio de livros e reportagens de TV, até o momento em que ele mudou sua vida.
“Ele me contava da grande era do Santos de Pelé. Meu tio sempre gostou do futebol brasileiro, sempre achou que Pelé foi e sempre seria o melhor jogador de todos os tempos. Eu posso dizer que graças a meu tio eu sou santista. Sempre que alguma emissora fazia alguma homenagem ao Santos eu assistia e assim virei Santista. Foi o começo de uma grande paixão”, explica 'Alejo', como é conhecido.
Durante os anos em que acompanha o clube, ele elege o título da Libertadores da América, em 2011, como o momento mais emocionante que já viveu como torcedor.
“Acho que todo santista que não viveu na época do bicampeonato da Libertadores e do Mundial acha que esse foi um ano maravilhoso. Pelo menos para mim foi o melhor momento como santista até agora. Mas, com certeza, virão mais alegrias ainda”, conta.
Leia também:
Santistas pelo Mundo: conheça a história de André Østgaard, da Noruega
Alejo recorda com detalhes o dia da decisão, diante do Peñarol, no Pacaembu.
“Me lembro que quase não assisti o jogo porque o sinal da emissora deu alguns problemas. Mas no momento que o Santos entrou em campo o sinal não caiu mais. Quando o Neymar fez o primeiro gol eu não acreditava, não conseguia nem falar. Logo veio o segundo gol, eu posso dizer que quando vi o Danilo driblar o zagueiro eu gritei gol, eu já estava comemorando o gol e ele nem tinha chutado ainda, logo a bola entrou e comemorei tanto o gol que fiquei sem voz. Quando o juiz apitou o final eu sai correndo gritando ‘é campeão!’”.
Apesar de o melhor momento vivido como torcedor ter sido pelo time comandado por Neymar e Ganso, Alejo afirma que seu ídolo é Robinho.
“Ele joga um futebol alegre, ousado, vai sempre para cima. Quando o Robinho veste a camisa do Santos, ele se transforma, ele joga ainda mais. Eu acho que ele realmente tem muito carinho pelo clube, já deu muitas alegrias e vai dar ainda mais. Quando você pensa no Santos, é inevitável não pensar no Robinho”, afirma.
O guatemalteco nunca pôde assistir a um jogo do Santos no estádio, mas revela que tem planos de vir ao País. “É um sonho conhecer a Vila Belmiro. Desejo cumprir em um curto prazo”, diz.
Continua depois da publicidade
Ainda sobre o clube, Alejo cita a dificuldade de conseguir produtos oficiais e cita sua pequena coleção.
“Tenho seis camisas do Santos. Infelizmente eu não tenho tantas quanto gostaria. É realmente complicado trazer as camisas originais porque as lojas online não tem envios internacionais e não aceitam cartões que não sejam emitidos no Brasil. Então os produtos que eu tenho são presentes. Só desse jeito eu consigo ter produtos oficiais”, lamenta.
Mantendo as críticas, ele faz um alerta sobre a fama que o Santos tem fora do Brasil e pede mais amistosos internacionais.
“Acho que o Santos, por ser um clube reconhecido a nível mundial, tem que dar mais valor aos torcedores no exterior. Na Guatemala, atualmente, muita gente sabe do Santos só pelo que ouviram falar de Pelé, e viram Robinho e Neymar. Um time histórico como o Santos tem santistas espalhados pelo mundo, mas precisa quebrar essa barreira e se mostrar mais”, conta.
Devido fuso horário, Alejo explica como faz para assistir aos jogos do Santos.
“Torcer em um país que não tem a cultura de assistir o Campeonato Brasileiro é difícil, mas os países tem três horas de diferença. Se um jogo do Santos é às 20 horas aí, eu sei que aqui passa às 17 horas. Então eu ligo o computador e assisto na internet. Raramente alguma emissora passa algum jogo”, diz.
Segundo Alejo, o Santos foi responsável por uma grande mudança e sua vida: aprender um novo idioma. A distância e a barreira linguística o levaram a estudar o português. O canal do Peixe no Youtube, a Santos TV, teve participação direta nesse aprendizado.
“Eu queria saber o que os jogadores falavam e o que estava rolando no clube. Por causa da Santos TV, eu aprendi a falar português. Devido ao clube, hoje sou uma pessoa melhor. O Santos mudou a minha vida”, afirma.
Graças a seu tio, que o apresentou ao clube, Alejo explica a importância que o Santos tem em sua vida atualmente.
“Para mim o Santos é bem mais que um time, é uma paixão, um sentimento que é difícil de expressar. Torcer e ser santista morando tão longe do Brasil é difícil. Graças ao Santos e as redes sociais, eu conheci pessoas maravilhosas, pessoas que não conheço pessoalmente, mas que eu posso dizer que são meus amigos. Ser santista é diferente. Para mim o Santos vai muito além do futebol. ‘Santos minha vida, eu te amarei até morrer’”.
Continua depois da publicidade