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Tite já não fala mais que o Corinthians precisa “retomar padrão”, como fazia insistentemente após a drástica queda de rendimento no Campeonato Paulista e na Copa Libertadores da América. “Eu usava isso”, corrigiu apressadamente no domingo, ao escutar uma observação a respeito. A ordem do treinador depois das perdas dos atacantes Paolo Guerrero e Emerson Sheik e da derrota por 2 a 0 para o Palmeiras passou a ser outra: “Equilíbrio”.
“Estamos em uma etapa de construção da equipe, então devemos ter muita calma para não dizer que tudo não serve. É um momento de tomar cuidado e ser competente, de ver como o Corinthians se ajusta e se mostra em campo. O equilíbrio é o mais importante”, discursou Tite, sem conseguir esconder o seu incômodo com a crise.
Ao contrário dos longínquos tempos de glória do técnico no Corinthians, o “equilíbrio” não se refere mais à estruturação tática do time. É principalmente emocional. “Sim, o psicológico pesa muito. Precisamos mostrar qualidade para absorver toda essa pressão”, disse Tite, para quem o Palmeiras se aproveitou da instabilidade de seus jogadores no domingo, em Itaquera. “Sentimos demais o primeiro gol.”
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Tite também deverá ter equilíbrio para encontrar soluções para uma equipe carente de suas antigas estrelas – além de Emerson e Guerrero, o Corinthians não conta agora com o meio-campista Elias, convocado para defender a Seleção Brasileira na Copa América. Até jovens promissores – a quem o treinador só costuma recorrer em último caso – estão fora. O atacante Malcom defende o Brasil sub-20 no Mundial da categoria, o meia Matheus Cassini acabou vendido ao italiano Palermo e muitos dos antigos companheiros de ambos nas categorias de base acabaram emprestados.
“A gente falava em retomada quando tinha um grupo na Libertadores. A realidade é outra, de montagem do time do meio para a frente. Preciso ver como o time responde com um sistema, com outro, com dois atacantes de velocidade, com... É a hora de construir a equipe”, repetiu Tite, tentando transparecer serenidade.
Também por isso, o técnico tentou não sair do sério com os insultos de torcedores que o idolatravam. “Isso não entra por um ouvido e sai pelo outro. A gente sente. Sou humano. Mas compreendo e respeito qualquer manifestação porque o amor pelo clube bate mais forte. Da minha parte, devo ter racionalidade”, enfatizou Tite, retomando o “equilíbrio” que apregoava em 2012. Com o bordão recuperado, resta agora o mais difícil – recuperar o Corinthians
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