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Tite tem se preocupado em não deixar transparecer nenhum excesso de confiança ou falta de respeito às vésperas do clássico contra o São Paulo, no domingo, no Pacaembu. O treinador do Corinthians chegou até a pedir para responder menos perguntas sobre o rival, derrotado na decisão da Recopa Sul-americana e sem vencer há 11 jogos. “Vamos focar no nosso time”, justificou, na sexta-feira.
Com um olhar vago, Tite recorreu a um exemplo de sua própria experiência no comando corintiano para embasar o discurso de que “clássico não tem favorito”. “Já enfrentei adversidades no Corinthians. Acontece. O fato de o São Paulo estar em um momento pior não torna a nossa equipe favorita. Voltando da eliminação para o Tolima, jogamos com um Palmeiras que vinha bem para caramba, com um técnico de Seleção (Luiz Felipe Scolari) e atletas motivadíssimos, além de contar com toda a torcida a favor. E vencemos por 1 a 0”, comparou.
Tite se referiu – “com pesar”, conforme definiu – à sua maior decepção no comando do Corinthians. Com o emprego ameaçado após a vexatória eliminação na pré-Libertadores de 2011, diante do colombiano Tolima, ele ganhou sobrevida com o gol marcado pelo lateral direito Alessandro contra o Palmeiras, no Pacaembu. Seu time enfrentava protestos violentos da própria torcida e provocações dos rivais na ocasião.
Desde então, no entanto, o Corinthians de Tite deslanchou: foi campeão brasileiro daquele ano, da Copa Libertadores da América e do Mundial de Clubes em 2012 e do Campeonato Paulista e da Recopa nesta temporada. O São Paulo, ao contrário, hoje convive com cobranças, com direito a discussão pública do presidente Juvenal Juvêncio com associados em um churrasco e à demissão de Adalberto Baptista da diretoria de futebol.
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Para Tite, nada do que ocorre com o São Paulo tem relevância para o confronto deste fim de semana. “Não digo isso para passar uma imagem de politicamente correto, mas porque é o meu sentimento. Gosto que me respeitem e também gosto de respeitar o adversário. Eles estão com problemas, assim como todo o time grande pode ter”, minimizou.
Em 2013, o Corinthians colaborou bastante para intensificar os problemas do São Paulo. Venceu o rival na fase de grupos do Campeonato Paulista, na disputa por pênaltis das semifinais do mesmo torneio e duas vezes na Recopa. “Mas a nossa preparação deve ser máxima sempre. Afinal, tudo se iguala em um clássico”, enfatizou Tite, sem nem pensar em repetir a goleada por 5 a 0 de um Majestoso de 2011. “Aquele resultado foi em função de estarmos com um jogador a mais (Carlinhos Paraíba foi expulso) e tirarmos proveito disso.”
O que faz Tite aumentar a sua cautela é a situação do Corinthians na tabela de classificação do Campeonato Brasileiro. O time está com 10 pontos ganhos, mais próximo da zona de rebaixamento do que do grupo de classificação para a Copa Libertadores da América – o São Paulo totaliza 8, com dois jogos a mais.
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“Sabemos que o nosso desempenho ainda não foi o melhor, até porque estávamos disputando outras competições. Houve todo um contexto que acabou determinando isso. São dois lados de uma mesma moeda. Mas agora estamos focados só no Brasileiro e devemos tentar nos aproximar da parte de cima da tabela”, pregou o ponderado Tite.
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