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Enquanto Muricy Ramalho analisava a derrota por 3 a 0 para o Santos, dezenas de são-paulinos entoavam vaias e gritos de protestos perto do vestiário visitante da Vila Belmiro. O treinador não os ignorou e deu razão à cobrança depois da terceira derrota seguida no Campeonato Brasileiro.
"Eles estão lotando o Morumbi, vão a todos os jogos. Tem hora que a gente reclama que o torcedor não vai apoiar, mas estão indo. Então, eles têm direito. A gente tem que aguentar e respeitar. No domingo, eles não vaiaram porque o time jogou. Agora, têm toda razão em terem outra atitude", opinou.
O que envergonhou o treinador, segundo ele próprio, foi o comportamento apático de seus jogadores em campo. O São Paulo sofreu dois gols no segundo tempo mesmo tendo um jogador a mais - o santista Alison foi expulso nos minutos finais da primeira etapa - e mal ameaçou a meta defendida pelo goleiro Aranha.
Questionado sobre o jejum de mais de sete meses do atacante Osvaldo, Muricy aproveitou para avisar publicamente o elenco que espera outro tipo de atitude nas próximas partidas, tendo em conta o risco de rebaixamento à segunda divisão.
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"Às vezes, acontece de o jogador sentir alívio em não ter que jogar. Já vi várias vezes, já vi jogador pedir para não ser escalado. Minha dificuldade ainda é essa, porque não tenho conhecimento total de cada um", disse. "Só que agora a gente precisa de homens, de caras que lutem".
"Por isso é que troca de técnico não é legal. Até conhecer todo mundo, demora um tempo. Além do atleta, você tem que conhecer o lado individual, a pessoa. Estou nessa fase de conhecer o time, quem pode reagir ou não. Mas é muito complicado. A gente sabia que a situação era difícil", concluiu.
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É bem provável que nesta quinta ou na sexta-feira ele reúna o elenco para uma cobrança mais firme. Já são quatro jogos sem vitória, com três derrotas na competição nacional e um empate em casa pelas oitavas de final da Copa Sul-americana.