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Poliana Okimoto desembarcou mais leve nesta sexta-feira, no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos (SP), após conquistar o tão sonhado ouro na prova de 10km das maratonas aquáticas do Mundial de Barcelona - de quebra, faturou também a prata nos 5km e o bronze por equipes.
Não se trata apenas de força de expressão - a nadadora trocou a gordura que tinha acumulado para tentar enfrentar as águas mais frias do Hyde Park, onde disputou os 10km da Olimpíada de Londres, por músculos. Além disso, mudou radicalmente a dieta. Exames pedidos por sua nutricionista acusaram intolerância a dez alimentos - como glúten, açúcar, feijão, abacate, fermento e chocolate.
A principal fonte de carboidrato da campeã mundial agora é a tapioca. Aonde quer que viaje para competir, a nadadora leva o "kit tapioca": grelha, frigideira, fogareiro, peneira e o valioso pó para preparar o prato. O resultado de todo esse esforço se traduz em energia redobrada. "Dá um trabalhão preparar a tapioca, mas na hora da prova, graças a essa dieta, eu me sinto outra pessoa nadando".
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Outro aspecto fundamental para a virada por cima de Poliana foi o retorno à base em São Paulo, sua cidade natal. No ano passado, ela se mudara para o Rio de Janeiro, a fim de desfrutar de toda a estrutura fornecida pelo Comitê Olímpico no complexo aquático do Maria Lenk: fisioterapeutas, fisiologistas, preparadores físicos e etc. A maratonista ficou satisfeita por trocar todo esse suporte por dona Cléo, a mãe da atleta. "Ela faz tudo pra mim: prepara os alimentos conforme a dieta, faz banco e até gasolina põe no meu carro".
Dona Cléo e o marido e treinador de Poliana, Ricardo Cintra, foram fundamentais também para estimular a atleta, que esteve muito inclinada a encerrar a carreira no ano passado. A nadadora teve muita dificuldade para aceitar o insucesso em Londres. Ela não suportou a baixa temperatura da água, teve crise de hipotermia e se viu obrigada a abandonar. "Eu me dediquei muito, treinei muito e fiz tudo o que tinha que fazer. Sair da prova foi muito decepcionante. Não foi uma opção pra mim. Tive que deixá-la por motivo de saúde. Por causa disso, tive vontade de parar, sim".
Felizmente, Poliana não desistiu. Aos 30 anos, inicia o ciclo olímpico que vai até 2016 da melhor forma. E ela garante que a idade não vai pesar sobre os seus ombros. "A maratona aquática permite maior longevidade. A (alemã) Angela Maurer, que conquistou o bronze nos 10km, tem 36 anos. A idade propicia até um amadurecimento na capacidade de desenvolver a resistência".
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