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Segue de pé o jejum do São Paulo em clássicos. Um jogo de poucas chances efetivas de gol - e com Paulo Henrique Ganso em campo somente no segundo tempo - manteve em 0 a 0 o placar do Morumbi diante do Santos, na tarde deste domingo, e aumentou para 12 o número de partidas seguidas da equipe tricolor sem vitórias sobre os outros três grandes do futebol paulista.
Agora com 15 pontos ganhos e sem vencer há quatro partidas no Campeonato Paulista, o São Paulo - ainda vice-líder do grupo A, abaixo do Penapolense - fará nova tentativa na próxima quarta-feira, quando visita o XV de Piracicaba. Pela mesma rodada, o Santos (ponteiro do grupo C, somando 23 pontos) joga no dia seguinte, recebendo o Bragantino, na Vila Belmiro.
Vila onde o São Paulo foi buscar Paulo Henrique Ganso, há pouco mais de um ano, para comandar seu meio-campo talvez ao lado de Jadson. E, depois de ter seu futebol recuperado por Muricy Ramalho, o jogador voltou a cair de rendimento neste ano. Pela primeira vez sob comando do treinador, começou como reserva neste domingo. Uma surpresa que talvez ninguém esperasse - principalmente após a saída de Jadson -, apesar de suas apagadas atuações na temporada.
A ideia de Muricy em deixar seu principal armador no banco tinha a ver com a entrada de Douglas como ponta direita, improvisação antiga de seus antecessores. Ele também trocou o jovem atacante Ewandro por Osvaldo e o zagueiro Roger Carvalho (nem sequer de relacionado) por Rodrigo Caio, mas a única diferença no desenho tático foram mesmo os jogadores pelos lados - Osvaldo atacava pela esquerda -, já que o colombiano Pabon se manteve mais recuado no corredor central.
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Já o Santos foi escalado sem surpresas por Oswaldo de Oliveira e não demorou a assustar. Com menos de um minuto, o improvisado lateral direito Paulo Miranda se desfez da bola e a entregou no peito de Geuvânio. O garoto santista a dominou, carregou alguns metros e arriscou da intermediária. O chute colocado no canto direito alto só não tocou a rede porque Rogério Ceni estava atento e saltou para espalmar a bola.
O timing do goleiro são-paulino, porém, não estava bom com a bola nos pés, como ele mostraria no lance seguinte. Pressionado por Leandro Damião, o habilidoso camisa 1 acertou o chute nas pernas do atacante, e a bola saiu pela lateral. Aos oito minutos, outro erro semelhante foi quase fatal. Rogério Ceni chutou em cima de Geuvânio, e Cícero ficou com a sobra. O ex-são-paulino bateu rasteiro e parou na mão esquerda do goleiro, que ofereceu novo rebote a Leandro Damião, bloqueado por Rodrigo Caio em seu arremate.
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Rodrigo Caio, seu salvador, e Muricy Ramalho, seu treinador, não tiveram dúvida em cobrar dele simplicidade. A sorte do capitão foram os erros da arbitragem, que passou a ser o foco da irritação são-paulina por conta de cartões amarelos e impedimentos mal marcados. Um dos impedimentos tirou de Luis Fabiano uma chance cara a cara com o goleiro Aranha e, como de costume, enfureceu o atacante, que já não estava tão calmo desde as primeiras (e falhas) tentativas de finalização de Pabon de longa distância.
O chute mais perigoso de Pabon saiu aos 18 minutos. A bola passou pelos pés de Souza, Luis Fabiano e Osvaldo até encontrar o colombiano livre de marcação, na entrada da área. Ele ajeitou o corpo e fez o que mais gosta, mas a demora no arremate deu tempo para que um defensor santista se aproximasse e se atirasse na frente para facilitar o trabalho de Aranha. O goleiro ainda seria experimentado pelo atacante aos 32 minutos e responderia bem com boa defesa no alto, em dois tempos.
O Santos, pouco produtivo, teve uma nova boa oportunidade quando Rodrigo Caio perdeu de Thiago Ribeiro na corrida, pelo lado direito da defesa. O atacante deixou o zagueiro para trás, invadiu a área pela esquerda e, com o ângulo fechado por Rogério Ceni, bateu cruzado, sem que ninguém desviasse a bola no meio do caminho. Uma chance rara diante da maior posse de bola do São Paulo no primeiro tempo.
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Posse de bola que virou pressão nos minutos finais, especialmente através de lançamentos para a área. No primeiro deles, Antônio Carlos aproveitou cruzamento de Paulo Miranda e chutou em cima de Neto. O zagueiro-artilheiro também quase abriu o placar em voleio, mas foi igualmente bloqueado. Por fim, Paulo Miranda herdou sobra na entrada da área e chutou com força. O zagueiro se aprontava para comemorar o gol quando viu um desvio dirigir a bola pela linha de fundo. Em vez de festejar, levantou os braços à cabeça para se lamentar.
Sem alterações no intervalo, o Santos foi beneficiado no começo do segundo tempo pela desatenção adversária. Aos três minutos, Rodrigo Caio não foi firme em dividida e perdeu para Mena, que carregou a bola alguns metros e bateu à direita do gol de Rogério Ceni. Cinco minutos depois, Thiago Ribeiro se valeu de corte mal feito de Paulo Miranda dentro da área para acertar um sem-pulo rente ao travessão.
O São Paulo respondeu no minuto seguinte. Maicon recebeu assistência de Pabon e bateu para defesa de Aranha. Mas a grande defesa do clássico estava reservada para Rogério Ceni. Depois de quase comprometer no início da primeira etapa, o são-paulino primeiramente deixou a área para um corte estranho. Na sequência do lance, espalmou cabeceio à queima-roupa de Leandro Damião, depois de cruzamento de Thiago Ribeiro. Uma intervenção que mereceu os aplausos da torcida atrás do gol.
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O último motivo para aplausos foi a decisão de Muricy Ramalho de colocar Paulo Henrique Ganso em jogo, aos 28 minutos. O treinador desfez a alteração inicial e colocou o meia no lugar de Douglas. Expulso no minuto seguinte, Oswaldo de Oliveira não se contentou com a troca que havia feito pouco antes (Geuvânio por Rildo) e ordenou a entrada de Gabriel no lugar de Arouca. Nada que surtisse muito efeito.
Mas restou ao treinador sentir do vestiário alguns momentos de maior emoção. Como uma falta (muito mal) batida por Rogério Ceni e um cruzamento estranho do santista Cicinho que resvalou no travessão, além de um pênalti marcado - e desmarcado, por orientação do assistente, que já havia assinalado impedimento - a favor de sua equipe, no último minuto do tempo regulamentar.
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