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O São Paulo segue na briga por um lugar no G4 do Campeonato Brasileiro comandado por um estreante: o atacante Rogério, que carrega o apelido de "Neymar do Nordeste". Ele abriu a vitória de 2 a 0 sobre o Internacional, neste sábado, no estádio do Morumbi, na capital paulista, pela 23.ª rodada, e teve boa atuação. O ex-jogador de Náutico e Vitória, de 24 anos, mostrou habilidade e ousadia e deixou o campo aplaudido pela torcida quando foi substituído por estar cansado. Para quem foi apresentado na última sexta-feira e só estava havia alguns dias treinando com o elenco, foi uma estreia perfeita.
Com uma série de desfalques, 11 no total, o São Paulo se acertou no segundo tempo. No primeiro foi um jogo de pouca posse de bola e muita intensidade. Do lado do São Paulo, o caminho foi usar as pontas com o rápido Rogério ou o colombiano Wilder Guisao. O Internacional também queria correria, mas no "estilo Argel", um time recuado, fechado e que explora o contra-ataque (nada a ver com a equipe que bateu no Vasco por 6 a 0).
Faltou ao São Paulo um finalizador durante os primeiros 45 minutos. Chances de gols existiram e a bola rondou mais a área de Muriel do que a de Renan Ribeiro - tanto que o time do técnico colombiano Juan Carlos Osorio chutou mais ao gol. Mas quem empurrava para dentro? Alexandre Pato, artilheiro do time, estava suspenso. Luis Fabiano, machucado. Por isso, Rogério começou jogando. Personalidade ele mostrou que tem. É veloz, movimenta-se bem e busca o drible.
As duas melhores chances de gol saíram dos pés dele. Em jogada individual, ele quase abriu o placar aos quatro minutos. Pedalou pra cima de Nilton e bateu cruzado. Muriel salvou o Internacional. Aos 18, Rogério mostrou talento ao cortar o zagueiro e cruzar na área. Mas depois, todo mundo se atrapalhou, inclusive ele, que desperdiçou outra chance.
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Encolhido, o Internacional era um time traiçoeiro e esperto: Paulão cobrou uma falta, a zaga do São Paulo parou e Valdivia saiu na cara de Renan Ribeiro, que fez uma defesa para encher de orgulho o homenageado da noite, o capitão Rogério Ceni. Lisandro López também ameaçou e jogou em cima de Edson Silva.
No segundo tempo, Osorio, sem opção no banco de reservas, tinha de corrigir os problemas da equipe mudando a postura de seus comandados. Um deles deve ter ouvido com atenção o professor: Paulo Henrique Ganso, o meia dos altos e baixos. E a mudança foi radical.
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Se Paulo Henrique Ganso mal participou do jogo no primeiro tempo no segundo ele voltou ligado e chamou a responsabilidade. De cabeça erguida, trabalhou a bola pela direita e só rolou para Guisao, que cruzou e viu Rogério mergulhar, de cabeça, para abrir o placar no Morumbi.
Confiante, Paulo Henrique Ganso ainda arriscou de longe e quase fez 2 a 0. Mas o melhor de tudo foi que o São Paulo passou a tocar mais a bola, a ter mais opção de criação. O meio de campo ficou menos dependente de Michel Bastos. O exemplo disso foi a jogada do segundo gol. De pé em pé, de Ganso a Wilder até Michel que chutou para marcar aos 26 minutos.
O jogo já estava ganho e Osorio, que prega o futebol ofensivo, foi cauteloso e trocou os atacantes por jogadores mais defensivos. Já não era necessário arriscar.
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