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Rogério Caboclo é afastado da presidência da CBF

Em decisão tomada pelo conselho de ética da entidade, dirigente foi retirado da presidência por 30 dias

Folhapress

Publicado em 06/06/2021 às 18:48

Atualizado em 06/06/2021 às 18:56

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Caboclo terá esse tempo para se defender da acusação de assédio moral e sexual feito por uma cerimonialista da entidade. / LUCAS FIGUEIREDO/CBF

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Rogério Caboclo não atendeu aos pedidos para se afastar e resistiu até o fim. Mas neste domingo (6), ele foi retirado da presidência da CBF por 30 dias. A decisão foi tomada pelo conselho de ética da entidade.

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Ele terá esse tempo para se defender da acusação de assédio moral e sexual feito por uma cerimonialista da entidade.

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Antônio Carlos Nunes de Lima, o coronel Nunes, assume a presidência por ser o vice mais velho (82 anos). Ele ocupou o cargo entre fevereiro de 2017 e abril de 2019, no período entre o banimento de Marco Polo Del Nero e a posse de Caboclo, eleito para ficar até 2023.

A decisão ocorre após quase uma semana de tentativas e pedidos de diretores da confederação e presidentes de federações estaduais para que Caboclo se afastasse.

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Como último argumento para convencê-lo lhe foi sugerido atender ao conselho do diretor de governança, André Megale, de se licenciar por tempo determinado. Talvez, seis meses, para se defender das acusações de assédio sexual e moral feitos por uma cerimonialista da confederação.

Os argumentos apresentados a Caboclo, segundo soube a reportagem, era que a saída dele, mesmo que temporária, abafaria todos os problemas.

Faria sair do noticiário a denúncia de assédio, aplacaria o descontentamento dos jogadores da seleção e de Tite, garantiria a realização da Copa América sem sobressaltos e atenderia ao desejo manifestado por presidentes de outras confederações nacionais, da Conmebol e até de representantes da Fifa: tirá-lo da organização do torneio.

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O cartola continuou a negar essa possibilidade. A pelo menos um presidente de federação do Nordeste disse que se sair, a chance de não voltar é grande.

Um problema para Caboclo se tornou o isolamento. A não por alguns presidentes de federações estaduais do Nordeste, ele não contava mais com apoios políticos. Mais importante do que isso, seus diretores na CBF, quase todos os que o aconselharam a se afastar, já estavam cansados da instabilidade e das variações de humor do dirigente que, em dias ruins, os tratava mal. Às vezes, aos palavrões.

O vácuo no poder da confederação será discutido nesta segunda-feira (7), para quando foi convocada uma reunião extraordinária dos oito vices da entidade. Dois deles disseram à reportagem que quase todos estarão presentes. Há dúvida a respeito da presença de Fernando Sarney, que está em quarentena por causa da Covid-19.

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Alguns vices da CBF já foram sondados sobre a possibilidade de assumir o lugar do atual presidente na organização da Copa América. Por ter sido decidido às pressas que a sede seria o Brasil, não houve tempo para montar um comitê organizador. Tudo tem sido resolvido por Caboclo. Mas a polêmica de abrigar o torneio faz com que os demais cartolas tenham mostrado resistência em herdar a atribuição.

Segundo pessoas ouvidas pela reportagem, o receio de Caboclo era que, sem o poder da presidência da CBF, ele voltasse ao ostracismo. O hoje homem mais poderoso do futebol brasileiro nunca foi uma liderança nem mesmo no seu clube do coração, o São Paulo. Subiu na Federação Paulista de Futebol e depois na CBF sob as bênçãos de Marco Polo Del Nero, banido do futebol pela Fifa, mas ainda consultado por Caboclo quanto à decisões da entidade, como mostraram áudios obtidos pela ESPN.

Na luta pela sua sobrevivência política, Caboclo manteve contatos constantes com dirigentes estaduais. No governo federal, ele encontrou o interlocutor que procurava, onde foi incentivado a resistir no cargo e até ouviu sugestões de demitir Tite do comando da seleção brasileira. Era uma possibilidade que alarmava a cartolagem, pela certeza de que os jogadores se recusariam a disputar a Copa América e poderia causar um dano à imagem não apenas da competição, mas da CBF.

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Argentina anuncia que não ficará hospedada no Brasil para a Copa América

Uma das participantes e eventuais favoritas ao título da Copa América, a seleção da Argentina não ficará hospedada no Brasil para a realização do torneio. A Associação do Futebol Argentino (AFA, na sigla em espanhol) anunciou neste domingo que a delegação ficará concentrada na cidade de Ezeiza, na província de Buenos Aires.

A entidade confirmou que a equipe nacional recebeu autorização e que ficará hospedada em uma de suas bases no país. Segundo as regras que deverão ser cumpridas até o fim da competição, Lionel Messi e cia. deverão chegar ao Brasil, obrigatoriamente, 24 horas antes de seus compromissos pelo torneio continental. A decisão cabe a cada país participante da competição: querer fazer o mesmo que a Argentina ou ficar no Brasil desde o primeiro jogo até o final.

A Copa América tem sido bastante criticada, tanto mundialmente como no próprio País, devido à pandemia de covid-19. Nos Estados Unidos, o jornal The New York Times fez um amplo estudo sobre os perigos e irresponsabilidades de se hospedar o torneio em território brasileiro. No Brasil, manifestações tomaram conta de Brasília e até o senador Renan Calheiros, relator da CPI da covid-19, fez um apelo para que os jogadores não entrem em campo A Copa América tem início previsto para o dia 13 deste mês.

A Argentina está no Grupo B, ao lado de Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai. Ao lado da Colômbia, o país vizinho rejeitou a receber a Copa América, até que então o Brasil aceitou a proposta para sediar o torneio. A equipe celeste estreia no Engenhão, dia 14, diante do time chileno. (com Estadão Conteúdo)

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