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Receita Federal acusa CBF de sonegar impostos na gestão de Ricardo Teixeira

A entidade não teria pago o porcentual de 11% referente ao INSS sobre o valor bruto de notas fiscais emitidas por diversas empresas prestadoras de serviço contratadas

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 17/09/2015 às 12:26

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A CBF é acusada pela Receita Federal de ter sonegado tributos por mais de três anos durante a gestão de Ricardo Teixeira. A entidade não teria pago o porcentual de 11% referente às contribuições sociais (INSS) sobre o valor bruto de notas fiscais emitidas por diversas empresas prestadoras de serviço contratadas durante a administração de Teixeira, inclusive com cessão de mão de obra.

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De acordo com a Receita Federal, os períodos em que a CBF não pagou as contribuições são: de janeiro de 2002 a janeiro de 2003 de abril de 2003 a janeiro de 2004, de março de 2004 a junho de 2005 e setembro de 2005. A CBF não admite a dívida e recorreu da cobrança ao Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais).

O caso estava parado desde outubro de 2012, cinco meses depois de Ricardo Teixeira deixar a presidência da CBF para a entrada de José Maria Marin. Em junho deste ano, já com Marco Polo Del Nero como presidente da CBF, o processo voltou à pauta do Carf e a decisão final sobre o caso deve sair nos próximos meses.

A reportagem teve acesso à parte da defesa apresentada pela CBF no Carf. O Ministério da Fazenda, responsável pelo órgão, não divulga os valores que a entidade teria sonegado. À reportagem, a pasta justificou apenas que o caso “goza da proteção do sigilo fiscal previsto no Código Tributário Nacional”.

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A CBF alegou que as empresas contratadas por ela faziam parte do Simples (Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte) e, portanto, não havia obrigação de recolher 11% dos valores pagos ao INSS. A CBF também afirmou que os serviços não foram prestados de forma contínua. Por isso, não caracterizava cessão de mão de obra.

A CBF é acusada pela Receita Federal de ter sonegado tributos por mais de três anos durante a gestão de Ricardo Teixeira (Foto: Divulgação)

No processo, os serviços prestados pelas empresas contratadas pela CBF são descritos somente como “Manutenção da Granja Comary”, “Credenciamento” e “Treinamento”, sem qualquer detalhamento dos trabalhos executados.

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O conselheiro do Carf, Damião Cordeiro de Moraes, relator do processo, aceitou a tese da CBF, mas foi voto vencido. O voto vencedor foi do conselheiro Adriano Gonzales Silvério, redator designado.

Ele explica que pediu para ter acesso completo ao processo para poder examinar melhor a defesa da CBF e acabou verificando que as empresas citadas, apesar de se declararem como integrantes do Simples, não constavam no registro do sistema durante o período em que prestaram os serviços.

Diante das divergências de informações constatadas por ele, foi pedido, então, para que o Fisco apontasse, com provas documentais, quais empresas de fato estavam enquadradas no Simples à época que foram contratadas pela CBF para que, assim, fosse dado prosseguimento ao processo.

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O caso agora aguarda distribuição entre as câmaras do Carf para voltar a ser analisado pelos conselheiros do órgão. Procurada pelo Estado, a CBF informou que não se pronunciaria sobre o assunto.

HISTÓRICO - Essa não é a primeira vez que a CBF enfrenta problemas com a Receita Federal. Em 2009, também na gestão de Ricardo Teixeira, a entidade foi autuada e pagou R$$ 3 milhões após acusação por sonegação de Imposto de Renda.

O dirigente teria usado despesas com escritórios de advocacia, viagens e hospedagem de jornalistas, membros do Judiciário e até familiares de dirigentes ligados à entidade para abater no pagamento de Imposto de Renda.
 

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