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“Preso por quê?" Foi assim que o presidente da Fifa, Joseph Blatter, respondeu a uma bateria de perguntas da imprensa em uma primeira entrevista coletiva desde que o escândalo de corrupção na entidade eclodiu.
Na manhã deste sábado, em Zurique (Suíça), Blatter falou sobre as detenções de sete dirigentes e garantiu que não pedirá demissão. Mas se recusou a assumir qualquer culpa ou envolvimento nos pagamentos. Num dos trechos da investigação do Departamento de Justiça dos EUA, um pagamento de US$ 10 milhões é feito a um de seus vice-presidentes, Jack Warner, num dinheiro que teria passado pela Fifa.
O valor seria a propina da África do Sul para ganhar votos para a Copa de 2010. Warner protestou diante do fato de o dinheiro não ter sido depositado e pediu para a Fifa. O dinheiro acabaria vindo do Comitê Organizador da Copa do Mundo, controlado em parte pela Fifa.
O FBI faz mistério se Blatter está entre os investigados e, neste sábado, seu nervosismo era nítido diante das perguntas sobre um eventual envolvimento. Warner, há poucos dias, chegou a insinuar que o suíço teria sido informado do pagamento. "Se eu recebi isso, quem pagou?", questionou o tobaguiano.
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Blatter respondeu neste sábado: "Não comento alegações. Vamos deixar as investigações seguirem. Mas definitivamente não sou eu o mencionado", disse. "Eu não tenho esses US$ 10 milhões".
Questionado se era "negligente ou incompetente", Blatter também foi duro. "Nem um e nem o outro". "Se alguém investiga, eles têm todo o direito. Se isso for feito de forma correta, não tenho preocupações", insistiu.
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O suíço denunciou a manipulação da investigação nos Estados Unidos, alertando que a ação policial contra a Fifa seria uma maneira de revanche contra o fato de terem perdido a Copa de 2022 para o Catar.
Para ele, se os delitos foram cometidos por cartolas sul-americanos e norte-americanos, "não vejo como a Fifa possa estar envolvida". "Curiosamente, três jornalistas estavam na hora da operação", atacou, insinuando uma operação manipulada.