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A Justiça da Suíça autorizou a extradição de José Maria Marin, preso em Zurique, para os Estados Unidos. O ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) aceitou e negocia um acordo no valor de R$ 40 milhões para permanecer em prisão domiciliar em Nova York, onde tem um apartamento.
Marin e outros seis cartolas foram detidos no dia 27 de maio na cidade suíça e à pedido da Justiça norte-americana. Segundo o inquérito aberto em Nova York, o brasileiro é suspeito de ter recebido propinas para repassar direitos de transmissão e de marketing da Copa do Brasil e da Copa América.
O ex-presidente da CBF era o último dos sete dirigentes a ser examinado e, com a decisão, a Suíça acata a todos os pedidos de extradição dos EUA. Todos, salvo Jeff Webb, recorreram da decisão.
A defesa avalia se a decisão dos suíços da alguma forma permite uma brecha para um recurso. Mas se for considerada como uma decisão "forte", os advogados acreditam que prolongar a estadia de Marin na prisão seria apenas uma "perda de tempo".
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O brasileiro tem um apartamento em Nova York e já negocia uma fiança milionária que o permitirá ficar em prisão domiciliar enquanto o julgamento ocorrer. Pelo acordo, seu imóvel seria confiscado pelos americanos, além de exigir um pagamento extra de mais US$ 7 milhões.
Nos EUA, porém, seu julgamento pode levar meses, enquanto os americanos também trabalham para que o brasileiro concorde em ajudar nas investigações.
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"Todos os requisitos para a extradição estão cumpridos", declarou o Departamento de Polícia da Suíça. "Os fatos apresentados pelos EUA em seu pedido de extradição também são alvos de punição segundo a lei suíça", explicou.
De acordo com Berna, "ao aceitar subornos na atribuição de contratos de comercialização esportiva, Marin teria influenciado consideravelmente na concorrência e manipulado o mercado dos direitos relacionados com o meios de comunicação relativos à Copa América".
Pelo inquérito americano, uma tabela de preços de propinas foi montado pelas empresas que pagaram o suborno para ficar com o contrato. Marin teria recebido US$ 3 milhões na condição de presidente da CBF.
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No caso da Copa do Brasil, gravações de conversas que ele manteve com o empresário José Hawilla apontam que ele teria pedido de parte de um suborno pago pela Traffic fosse destinado a ele.
A decisão é também uma má notícia para Marco Polo del Nero, atual presidente da CBF, e que também está sendo investigado pelo FBI. O dirigente não sai há quatro meses do Brasil, temendo ser preso. Advogados consideravam que Del Nero estava aguardando uma sinalização no caso de Marin para decidir como lidaria com o cerco que se fecha contra ele. Com a autorização da extradição de Marin, a Suíça indica respaldar a investigação americana.
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