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Se depender de Paulo Nobre e Modesto Roma Júnior, não haverá qualquer rivalidade nos dois jogos decisivos do Campeonato Paulista. Os presidentes de Palmeiras e Santos estiveram no Palácio dos Bandeirantes na manhã desta sexta-feira, para divulgar uma campanha contra o racismo ao lado do governador Geraldo Ackmin, e falaram até em beber e jantar juntos.
“Eu preferia pedir um vinho, Paulo. O que você acha?”, perguntou Modesto, sobre um possível encontro com o colega palmeirense. “Tomo o que você quiser. Você é o meu visitante. Vinho, cerveja... Não tem problema. Ou até uma cachacinha”, sorriu Nobre, referindo-se ao fato de o seu time ser o mandante da primeira partida da final, no domingo. O mandatário santista abriu um largo sorriso ao escutar a sugestão: “Uma cachacinha!”.
O clima era tão ameno que até Alckmin, torcedor declarado do Santos, recorreu ao seu ofício e foi político ao palpitar sobre a decisão estadual. “O racismo é que vai perder”, esquivou-se o governador, fazendo menção à campanha concebida pela Secretaria de Justiça e Defesa da Cidadania. Nas finais, os torcedores que forem ao Palestra Itália e à Vila Belmiro receberão cartões vermelhos, símbolos do projeto, e serão convidados pelos locutores dos estádios a expulsar o preconceito.
Para os dois presidentes, também não há preocupação com quem portará o mais importante dos cartões vermelhos – aquele com poder de tirar jogadores de campo – nos dois próximos domingos. “Os árbitros vão errar sempre. Talvez isso dê até uma certa graça ao futebol. Mas tenho confiança absoluta, e sei que o Paulo também, na seriedade dos profissionais que apitarão os jogos”, discursou Modesto, para quem “o Palmeiras chegou muito forte” à decisão.
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Paulo Nobre acompanhou o riso solto do mandatário santista e aproveitou para também elogiar o adversário. “Os dois times estão bem. Não tenho dúvida de que serão dois grandes jogos, sem favorito”, previu. Como o primeiro deles será na casa do Palmeiras, Modesto fez média novamente: “A renda será toda deles, fruto da belíssima arena que construíram por meio de um trabalho sério. O Santos ainda não tem uma dessas, mas terá”.
Com tanta troca de gentilezas, Nobre e Modesto se recusaram a fazer uma aposta para a final depois do pronunciamento à imprensa. Nada de comer “peixada” em Santos, como declarou Carlos Miguel Aidar, presidente do São Paulo, antes de sair derrotado da semifinal na Vila Belmiro. “Paulo, vamos jantar nós dois, independentemente do resultado!”, avisou o amistoso presidente santista.
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