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O retorno de Acelino Popó Freitas aos ringues não será diante de Michael Oliveira. A assessoria do tetracampeão mundial anunciou na noite de segunda-feira que “indícios de desconfiança” devido à falta de clareza em relação a termos contratuais fizeram o baiano desistir de dar a revanche a seu compatriota. À Gazeta Esportiva, Popó explicou que o pai e empresário de Michael, Carlos Oliveira, se recusou a mostrar o tratado assinado com a detentora dos direitos de transmissão – que contém uma cláusula citando seu nome – por considera-lo “confidencial”, o que desencadeou no cancelamento do embate.
“Michael tem um acordo com um canal de televisão sobre os direitos de transmissão de suas lutas. Como uma das cláusulas se refere ao meu nome e a uma luta comigo, eu queria ver e saber o que rege esse contrato, qual o valor, mas Carlos não quer me mostrar de jeito nenhum. Então não me interessa”, explicou o pugilista.
“Na verdade, ele quer promoção em cima do nome Popó como teve da outra vez. Infelizmente, ele quer se aparecer dessa forma. O pai dele pretende coloca-lo no mercado desse jeito. Faz uma ostentação dessa nas redes sociais e não abre o verdadeiro valor do contrato. Como podem falar que têm tanto dinheiro? Só querem lucrar em cima de mim”, acusou Popó. "É culpa minha, por querer coloca-lo de novo no ringue. Ele já estava apagado e veio aparecer com desafio", acrescentou.
Os dois se enfrentam em junho de 2012, no Uruguai, quando Popó retornou aos ringues após cinco anos parado e nocauteou Michael no nono round. Desde então, o baiano não tornou a lutar, enquanto Michael sofreu mais uma derrota em novembro de 2013, desta vez para o cubano Julio Gonzales. Uma semana depois da luta, o paulista foi internado com um coágulo no cérebro e ainda sofreu uma lesão no pé durante a recuperação. A revanche com Popó seria também o grande retorno de Oliveira, mas o tetracampeão garante que derrubaria o adversário tranquilamente.
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“Daquela vez não foi nocaute. Foi um massacre. Bati nele em nove rounds e resolvi derrubar ele no nono de tão chato que ele é. Se eu o derrubasse logo no primeiro, muita gente diria que foi golpe de sorte. Também pensaram que, se eu passasse do quinto, iria cansar. Só de pirraça o derrubei no nono. Dessa vez seria rápido. No primeiro round eu já ia pra porrada. Da outra eu brinque, dessa vez eu ia pra porrada mesmo”, assegurou.
Nas últimas semanas, os dois pugilistas trocaram provocações através das redes sociais. Residente em Miami, Michael disse que Popó deveria “aprender a respeita-lo”, que não precisava do adversário para “ser alguém ou ter fama” e não receava enfrenta-lo em qualquer lutar, até mesmo no quintal de sua casa em Salvador. As palavras não incomodaram Acelino.
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“Ele fala de longe, se ele falasse de perto eu dava um soco na cara dele. Michael não é homem. O pai e ele só querem mídia e ganhar dinheiro em cima do meu nome. Aqui no Brasil, ele vai ser vaiado. Tenho certeza disso. Onde quer que lute, será vaiado por causa dessa palhaçada”, ressaltou Popó.
Apesar do incidente, o baiano garante que seu retorno acontecerá no dia 15 de agosto em Santos, como previsto anteriormente. O adversário ainda não foi definido, mas o nome, que gira em torno de um brasileiro, um mexicano e um argentino, deve ser divulgado nos próximos dias.
“Não estou chateado, eu já ia lutar independente dele. Foi ele que veio com o desafio de novo. Já estou me preparando há dois meses, a luta vai acontecer. Vamos ver qual das três opções aceita a proposta”, completou.
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Confira o comunicado oficial da assessoria de Popó
A Boxe Brasil Produçoes informa: A REVANCHE CONTRA MICHAEL OLIVEIRA está cancelada. A LUTA DE POPÓ ESTÁ MANTIDA, assim como seu retorno oficial aos ringues; mas o oponente será outro. Em breve, anunciaremos o novo oponente e todas as informações necessárias.
1. Popo lutou contra Michael no Uruguai, dia 02 de Junho de 2012 e venceu por nocaute, ganhando, ainda, todos os rounds de forma contundente e avassaladora, em cima de um oponente 14 anos mais novo;
2. Não há nenhuma disposição contratual que “obrigue'' Popó a ceder revanche ao Michael. O desafio tinha sido aceito por desejo pessoal de POPÓ de calar novamente Michael e sua equipe, desta vez em solo brasileiro;
3. A Boxe Brasil e Popó não negociam quando se há qualquer indício de desconfiança e, destaca: a palavra vale mais que qualquer contrato;
4. A dificuldade maior que culminou no cancelamento da Revanche começou com indisposições, do tipo: Michael desafiou Popó a novo combate, mas reage como se fosse exatamente ao contrário. Claramente, querem “ganhar'' com a situação, usando imagem, carreira e marca do nosso tetracampeão, para ascensão mundial mesma na derrota, além de contar com a sorte de sair vitorioso;
5. POPÓ não cobrou sequer 1 real ao Michael para ceder a ele a oportunidade da revanche. Como foi noticiado na imprensa, cada um seria responsável por sua bolsa.
6. No entanto, existem comprometimentos e obrigações, que envolvem TV, direitos, produção, estrutura, tudo que gira em torno da realização em si;
7. Valores que corresponderiam a percentuais, no acordo em questão, foram omitidos e até falseados, usando de artimanhas que chegam até a nos afrontar; 8. Sendo assim, não nos sentimos confortáveis em permanecer com a revanche.
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