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O delegado Marco Antônio de Almeida, responsável pela investigação da briga do último domingo entre torcedores do Vasco e do Corinthians, no estádio Mané Garrincha, em Brasília, disse nesta terça-feira que vai indiciar Leandro Silva de Oliveira, conhecido como Soldado. "Ele foi reconhecido formalmente por uma policial militar como sendo um dos agressores. A imagem é muito nítida e não deixa margem de dúvidas acerca da conduta do Leandro naquele evento e ele vai ser indiciado", afirmou em entrevista à rádio Estadão.
Ainda segundo o delegado, as imagens do circuito de segurança do estádio serão analisadas para a identificação de outros envolvidos. A polícia pretende também ouvir as testemunhas. Oliveira e o vereador de Francisco Morato (SP), Raimundo César Faustino (PT), conhecido como Capá e também identificado nas fotos, vão ser indiciados por infringirem o artigo 41 do Estatuto do Torcedor e podem ficar até três anos proibidos de entrar nos estádios do País.
Paralelamente, a Federação Paulista de Futebol (FPF) já anunciou que baixará uma resolução para proibir a entrada dos dois nos estádios paulistas por 90 dias.
O envolvimento do político na briga também poderá trazer complicações na esfera parlamentar. O vereador Claudemir Correa Leite (PSB), presidente da Câmara Municipal de Francisco Morato, afirmou que não será omisso em relação à participação de Capá. "Esse episódio afetou a Câmara de maneira negativa, mas só podemos agir dentro da lei. Não seremos omissos", avisou o parlamentar.
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Nesta quarta, o presidente vai se reunir com o departamento jurídico da Câmara para definir quais medidas serão tomadas, de acordo com o Regimento e a Lei Orgânica. "Temos de prezar pelo que é certo", continuou.
O vereador divulgou uma nota na qual divide responsabilidades. "Errei chutando o policial por julgar injusta a atitude dele, mas os dirigentes erraram mais. Primeiro, a diretoria do Vasco que vende o jogo para o Distrito Federal e com valores absurdos. Erro dos setores de segurança que não obtêm conhecimento das informações para a prevenção de conflitos".
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Gaviões
A torcida do Corinthians também está na mira da Justiça. Roberto Senise Lisboa, promotor de Justiça do Consumidor do Ministério Público Estadual, garante que vai pedir novamente a extinção da uniformizada. "Vamos entrar com inquérito civil para analisar a conduta das organizadas. Já existe uma ação em trâmite pedindo a sua dissolução e vamos entrar com uma outra ação civil por causa dos novos fatos pedindo a extinção", afirmou o promotor, que cobrará uma multa de R$ 30 mil à Gaviões, como prevê o Estatuto do Torcedor.
Por meio de uma nota oficial em seu site, a facção afirma que a "diretoria está à disposição para colaborar com as investigações e, caso seja comprovado o envolvimento de algum associado, o mesmo sofrerá com as punições cabíveis".
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